Exportações do agro crescem 1,4% em 2025, apesar do tarifaço dos EUA

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Produtores do setor agrícola brasileiro buscaram antecipar os embarques de produtos para reduzir o impacto do tarifaço imposto pelos EUA. Segundo Sueme Mori, as vendas foram promovidas até agosto, antes das medidas de Trump. As exportações para a China aumentaram em 10%, atingindo US$ 52 bilhões, enquanto as para a União Europeia também cresceram, totalizando US$ 22,9 bilhões. Mesmo com a redução, os EUA se mantêm como terceiro maior comprador, com US$ 10,5 bilhões.

A CNA destaca que quase metade das vendas do Brasil para os EUA continuam sujeitas a tarifas adicionais. Itens como a tilápia e o sebo bovino, que representam mais de 90% das exportações para o mercado americano, não foram excepcionados. Sueme Mori aponta um possível impacto negativo de US$ 2,7 bilhões na pauta agropecuária para 2026 se essa situação persistir.

A diretora da CNA observa que os acordos comerciais firmados pelos EUA também prejudicam as exportações brasileiras, principalmente em relação aos compromissos de compras de produtores norte-americanos. Sueme destaca a importância de acordos com países como Japão, Reino Unido, Indonésia e Vietnã. O setor agropecuário impulsionou o PIB do Brasil em 2025, com crescimento de 9,6% frente à estimativa de 2,25% para o país. As expectativas para 2026 indicam um avanço mais moderado de 1% na atividade agropecuária.

Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, destaca que o bom clima do ano passado contribuiu para a produção, resultando em uma safra recorde. Isso, por sua vez, ajudou a conter a inflação dos alimentos, que caiu de 8,23% para 2,05% em 2025. João Martins, presidente da CNA, comemora o recorde na produção de mais de 350 milhões de toneladas, mesmo com desafios como restrição de crédito e problemas climáticos.

A relação comercial com a China apresenta pontos de atenção para o futuro. O plano quinquenal do país asiático visa reduzir as importações de grãos, incluindo soja, para a ração animal. A investigação chinesa sobre importações de carne bovina, que envolve metade das proteínas destinadas ao país, também preocupa os produtores brasileiros. A conclusão da investigação estava prevista para janeiro de 2026, após adiamentos.

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