Convidados marcaram presença em um coquetel badalado e puderam conferir de perto
as obras da exposição de Sonia Dias Souza
Depois de expor no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, a artista visual
Sonia Dias Souza desembarcou na capital federal. Ela ocupou o Museu Nacional da República com a exposição Da Terra Que Somos. A abertura da mostra ocorreu na noite dessa quinta-feira (21/11). Convidados marcaram presença em um coquetel badalado e puderam conferir de perto a magnitude das obras expostas.
Com curadoria de Agnaldo Farias, a exposição leva o público a explorar a própria origem e essência. “É um espaço de engendração de energia que precede o nascimento, porque é um campo de liberdade que você tem. De forças que atuam de maneira aparentemente caótica. Aqui, o cosmos é o princípio de qualquer vida”, explicou Sonia. Cordões umbilicais, seios, hemácias e outros detalhes relacionados à concepção compõem as obras da artista.
“É um pré-nascimento, um momento anterior… Isso que me interessa, uma concepção. Eu trato desse tema quase em tudo, envolvendo todos os ciclos de nascimento, evolução, regeneração, renascimento e morte”, complementou a idealizadora da exposição Da Terra Que Somos. A partir das criações, Sonia faz o público refletir também sobre a relação do ser humano com o meio ambiente e os resultados na natureza.
Seja pelas obras sem título, seja pelas intituladas Magna, Vórtice ou O Sangue Não Tem Cor, a artista compartilhou “busca combater a questão antropocêntrica exacerbada no planeta”. Ela definiu o mundo como “a presa” dos seres humanos. Ao se deparar com os trabalhos de Sonia, nota-se um diálogo entre o efêmero e o eterno; o passado e o futuro; e o natural e o artificial.
Na avaliação de Sonia Dias Souza, a mostra aberta ao público no Museu Nacional da República possibilita ao espectador uma experiência única. “Cada trabalho meu é como se tivesse na frente de um portal, um lugar que você fique ali apreciando, sem muito movimento, para poder se integrar”, descreveu a artista em entrevista à coluna Claudia Meireles.
Argila, esmalte, fibras, fios de alumínio e sementes de pau-brasil estão entre os materiais utilizados pela artista nas criações. À coluna, a diretora do Museu Nacional da República, Fran Favero, ressaltou “ser um prazer” receber a exposição Da Terra Que Somos até fevereiro do ano que vem. Doutoranda da Universidade de Brasília (UnB), ela pontuou que Sonia “entrega obras de arte com qualidade”.
> “É uma felicidade receber individuais de mulheres artistas. Muito importante acentuar que, falando de arte de uma maneira global, as mulheres artistas historicamente foram relegadas a um segundo plano. Ter o protagonismo de uma mulher artista ocupando duas galerias simultâneas do museu por três meses nos alegra imensamente, com um trabalho de grande qualidade, e curadoria do Agnaldo muito bem executada”, analisou a diretora.
Antes de imergir totalmente no campo das artes, Sonia atuou no ramo do direito. “Enquanto advogava, eu fazia instalações no mato, em Campos do Jordão. Fotografava essas instalações para participar de editais públicos. Fiz muitas, algumas do exterior, outras pelo Brasil inteiro, além de exposições coletivas”, recordou. Em determinado momento, a arte falou mais alto no coração de Sonia, que decidiu parar de trabalhar como advogada. “Passei me dedicar só a isso [arte], porque, na verdade, é o que eu amo”, confidenciou.
Assista ao vídeo com momentos da noite de abertura da exposição, por Zero 61 Produções:
Confira detalhes da abertura da exposição pelos registros da fotógrafa Nina Quintana:
Ao término do evento badalado no Museu Nacional da República, Fernanda Hernandez ofereceu uma recepção para comitiva paulista que veio especialmente para a abertura da exposição.
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