Após o Museu da República, localizado no Catete, Zona Sul do Rio de Janeiro, gerar polêmica ao expor um “pijamão” inflável que retratava o traje usado por Getúlio Vargas no momento de sua morte, a direção da instituição decidiu retirar a peça de exposição. A repercussão negativa nas redes sociais levou à medida, justificando que a exposição gerou “ruídos e informações desencontradas”, além de apresentar limitações técnicas. Originalmente, a obra deveria permanecer em exposição até o próximo domingo, marcando os 71 anos do suicídio de Vargas no Palácio do Catete.
Com 4 metros de altura e detalhes minuciosos, o “pijamão” inflável chamou atenção por estampar no traje a marca do tiro e a mancha de sangue presente no pijama original do ex-presidente. A autora da obra, Clarissa Diniz, foi responsável pela polêmica criação que dividiu opiniões nas redes sociais. Alguns internautas expressaram indignação, enquanto outros demonstraram interesse em ver a peça de perto.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) entrou em contato com a direção do Museu da República pedindo esclarecimentos sobre a instalação do inflável no pátio do palácio tombado. De acordo com a Portaria Iphan nº 420/2010, estruturas provisórias em bens tombados necessitam de autorização prévia. O museu informou que a exposição seria apenas um teste e formalizou uma solicitação para a instalação, posteriormente desistindo da proposta.
A peça inflável foi criada no âmbito de um edital da prefeitura em 2005 e doada ao Museu da República em 2012. Utilizada em um protesto pela implementação do Plano de Carreira do Ministério da Cultura, o inflável, chamado de “PIJAMAÇO”, foi inserido no acervo do museu após o evento. Com a impossibilidade de visitar o “Quarto de Getúlio” devido a uma reforma, o Museu exibirá no térreo, além do pijama inflável, o pijama original e a máscara mortuária de Vargas.
Para o museólogo André Angulo, a exposição do “pijamão” inflável é uma forma de suavizar a lembrança do suicídio de Getúlio Vargas, trazendo questões importantes à tona. A iniciativa da Comissão de Exposições foi apoiada por técnicos servidores do Museu da República e visa a destacar eventos históricos como o suicídio de Vargas em 1954. A exposição permanente da peça no térreo do museu promete provocar reflexões e despertar memórias sobre a icônica figura política brasileira.