Extremistas do 8 de janeiro planejavam sequestrar Lula e Moraes

A Polícia Federal (PF) descobriu que extremistas envolvidos nos atos depredatórios de 8 de janeiro em Brasília pretendiam sequestrar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A intenção era consolidar um golpe de Estado, conforme informações confirmadas por fontes na PF ao Correio.
 
Entre as ações planejadas pelos extremistas, estava um confronto armado com os seguranças do presidente e do magistrado que resistissem a um ataque. Essas informações foram enviadas ao ministro Alexandre de Moraes e revelam um elo significativo entre os fatos investigados.
 
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, destacou que “a atuação da organização criminosa investigada foi essencial para a eclosão dos atos depredatórios”, referindo-se à destruição de prédios públicos na capital federal por milhares de extremistas.
 
Em um depoimento à PF, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que não tentou articular um golpe de Estado, não pediu a elaboração de uma minuta golpista, e não teve relação com um documento de igual teor encontrado em um endereço ligado ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Bolsonaro negou qualquer envolvimento com a prisão de ministros do Supremo e a declaração de estado de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 
As investigações continuam, com a PF ouvindo militares sobre os eventos do 8 de janeiro, conforme reportado após o depoimento de Ramagem. A ligação entre os fatos investigados foi revelada pelo Uol e confirmada pelo Correio junto a fontes na Procuradoria-Geral da República (PGR) e na Polícia Federal.

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PF investiga general ligado ao governo Bolsonaro por imprimir plano para matar Moraes, Lula e Alckmin no Planalto

A Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e ex-ministro interino do governo Bolsonaro, teria impresso no Palácio do Planalto um “plano operacional” para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Denominado “Punhal Verde e Amarelo”, o plano de três páginas foi encontrado no gabinete da Secretaria-Geral. Fernandes foi preso na manhã desta terça-feira (19).

De acordo com a PF, o documento, salvo sob o título “Plj.docx” (referência à palavra “planejamento”), detalhava a execução do plano. Além disso, outros arquivos sensíveis, como “Fox_2017”, “Ranger_2014” e “BMW_2019”, foram localizados na pasta “ZZZZ_Em Andamento”, que a polícia interpretou como um indício de que as ações estavam em fase ativa. Curiosamente, os nomes dos arquivos remetiam a veículos pessoais do general, segundo o relatório policial.

A defesa de Mário Fernandes ainda não se pronunciou sobre o caso.

Operação e alvos

A operação desta terça-feira prendeu quatro militares e um policial federal, todos investigados por ligação com um suposto grupo denominado “Kids Pretos”, formado por integrantes das Forças Especiais. O grupo é acusado de planejar o assassinato de lideranças políticas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Ao todo, a operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e determinou 15 medidas cautelares, incluindo a entrega de passaportes e a suspensão de funções públicas dos envolvidos. Entre os alvos estão Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

A investigação faz parte de um inquérito mais amplo que apura possíveis tentativas de golpe de Estado relacionadas à eleição de 2022.

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