FAB intercepta 4 mil aviões ilegais em guerra contra voos criminosos

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FAB trava guerra aérea contra voos ilegais e intercepta 4 mil aviões

No domingo (13/4), narcotraficantes bolivianos que saíram do Peru em um bimotor recheado de skunk foram abatidos pela FAB

Criminosos que se arriscam a desafiar a Força Aérea Brasileira (DE) nos céus do país enfrentam um sistema de vigilância contínuo e altamente preparado. Desde 9 de abril de 1982, quando ocorreu a primeira interceptação após a invasão de uma aeronave estrangeira, a FAB vem aprimorando suas técnicas e reforçando o controle do espaço aéreo. Entre 2019 e 2024, mais de 4 mil aeronaves foram interceptadas, sendo 207 apenas em 2024 — número que segue uma tendência de queda. Embora atue com rigor, a FAB não divulga dados detalhados sobre aeronaves abatidas.

No domingo (13/4), narcotraficantes bolivianos que saíram do Peru em um bimotor recheado de skunk foram mirados pela FAB e tiveram a aeronave abatida. Os criminosos foram presos e, em estado grave, levados ao Hospital Regional de Alta Floresta (MT).

Essa interceptação, porém, é apenas mais uma das diversas que as equipes já realizaram. A coluna separou algumas ações emblemáticas, envolvendo voos irregulares e criminosos.

Em fevereiro deste ano, uma aeronave, carregada de drogas, foi classificada como hostil e submetida ao Tiro de Detenção (TDE) — que consiste no disparo de tiros, com a finalidade de impedir a continuidade do voo. A aeronave, vinda da Venezuela, entrou clandestinamente no espaço aéreo brasileiro.

No mesmo mês, a FAB impediu a entrada de 500 Kg de drogas no país após uma interceptação bem-sucedida. A aeronave, capturada no Amazonas, vinha do Peru, trazendo maconha e haxixe. Após ser ordenado o pouso obrigatório, um pouso forçado foi feito em uma pista de terra, a cerca de 80 quilômetros de Manaus (AM), colidindo com algumas árvores. Depois da aterrissagem, os pilotos incendiaram a aeronave e fugiram do local.

A investigação é coordenada pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), da Aeronáutica, em conjunto com a Polícia Federal e outros órgãos de segurança e mira voos irregulares que possam estar ligados a crimes como o narcotráfico. A FAB acredita que após a operação, o tráfico na fronteira do país diminuiu em até 80%.

Para garantir a segurança do espaço aéreo, a Aeronáutica tem o respaldo legal para derrubar aeronaves hostis ou suspeitas de tráfico de drogas. A Lei do Abate regulamenta no Brasil a autorização para a destruição de aeronaves que invadem indevidamente o espaço aéreo brasileiro. A norma foi instituída pela Lei nº 9.614 de 1998, regulamentada em julho de 2004 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Nos últimos anos, a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), tem intensificado as ações de inteligência e monitoramento do espaço aéreo nacional, com operações 24 horas por dia. Por meio do emprego contínuo de radares, satélites e aeronaves especializadas, a FAB tem atuado de forma incisiva para coibir tráfegos aéreos ilícitos e garantir a segurança do território brasileiro.

As operações são complexas e exigem muito dos profissionais. Além do piloto do caça, uma grande equipe de apoio é mantida em alerta. Os que executam esse serviço permanecem durante todo o plantão no esquadrão. São eles: mecânico da aeronave, mecânico de armamento e auxiliar do mecânico. O grupo, literalmente, corre contra o tempo para providenciar a decolagem o mais rapidamente possível.

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