Fábrica clandestina de suplementos alimentares em MG movimentava milhões de reais e vendia produtos sem controle sanitário, diz polícia

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Fábrica clandestina de suplementos fechada em MG vendia produtos sem controle
sanitário e movimentava milhões de reais, diz delegado

Segundo a Polícia Civil, foram apreendidos cheques de compras que variavam de R$
1 mil a mais de R$ 10 mil por estabelecimento, com pedidos partindo de Minas
Gerais, interior de São Paulo, Brasília e Bahia. Entre os materiais apreendidos,
havia açúcares refinados, chocolates granulados, rótulos e embalagens.

Polícia Civil fecha fábrica clandestina de suplementos alimentares em Formiga

A fábrica clandestina de suplementos alimentares descoberta em Formiga, no Centro-Oeste de
Minas, operava com uma movimentação milionária, vendendo produtos sem qualquer controle sanitário
para diversas regiões do Brasil. Ninguém foi preso.

Segundo a Polícia Civil, foram apreendidos cheques de compras que variavam de R$ 1 mil a mais de R$
10 mil por estabelecimento, com pedidos vindos de Minas Gerais, interior de São Paulo, Brasília e
Bahia. A estimativa é de que a movimentação financeira ultrapasse R$ 1 milhão.

> “Eles colocavam vidas em risco”, afirmou o delegado responsável pelas
> investigaçõs, Emmanuel Robson Gomes.

Além disso, muitos itens estavam com prazo de validade vencido, e rótulos falsificados informavam,
de maneira enganosa, que os suplementos eram seguros até mesmo para diabéticos.

> “Isso é crime contra a vida. Como um diabético pode tomar algo que sequer é
> supervisionado e não tem o menor critério de fabricação? As pessoas que
> consumiram esses produtos certamente correm ou correram risco de vida”, afirmou.

Produtos eram fabricados sem nenhuma fiscalização ou rigor técnico — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Além do crime contra as relações de consumo, a fábrica clandestina também representava uma ameaça
à saúde pública.

> “Entre os mais de 1.000 kg de materiais apreendidos, havia açúcares refinados,
> chocolates granulados, rótulos e embalagens, o que indicava que os produtos
> eram feitos sem qualquer controle de qualidade e segurança”, destacou.

Ao todo, 14 funcionários trabalhavam na fábrica, sendo a maioria sem treinamento adequado para a
manipulação de suplementos. Relatos dos próprios funcionários indicam que a empresa já havia sido
interditada anteriormente pela Vigilância Sanitária, mas continuava operando de forma clandestina.

O casal proprietário da fábrica ainda não se apresentou à polícia e pode ter a prisão preventiva
decretada a qualquer momento. Caso sejam presos, poderão responder criminalmente por dois crimes
previstos no Código Penal:

* Falsificação e adulteração de produtos alimentícios – Pena de 8 a 12 anos de prisão.
* Falsificação e adulteração de produtos para fins terapêuticos ou medicinais – Pena de 10 a 15 anos
de prisão.

A Polícia Civil, o Ministério Público e a Vigilância Sanitária trabalham para rastrear os pontos de
venda e recolher os produtos das prateleiras antes que mais consumidores sejam prejudicados.

> “Estamos diante de um esquema criminoso que lucrou milhões à custa da saúde
> das pessoas. Vamos garantir que esses produtos sejam retirados do mercado e
> que os responsáveis sejam punidos”.

A investigação começou após a denúncia da mãe de um ex-funcionário da fábrica, que foi demitido sem
receber seus direitos trabalhistas. A mulher enviou imagens do local ao delegado Emmanuel Robson Gomes,
que percebeu graves irregularidades na produção.

“A qualidade do material produzido era insalubre. Pessoas de chinelo, sem luvas, chutando caixas. Achei
muito estranho e procurei a Vigilância Sanitária para verificar a situação”, relatou.

Após confirmar que a fábrica já estava interditada, a Polícia Civil organizou uma operação conjunta
para inspecionar o local.

“Nos deparamos com uma estrutura gigantesca de produção em um ambiente sujo, que não condiz com a qualidade
esperada dos produtos que fabricavam”, afirmou o delegado.

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