Morte de vigilante no 1º dia de trabalho no Ceará foi ordenada por facção,
aponta investigação
Polícia prendeu um jovem de 19 anos, que praticou o crime na companhia de uma
mulher.
A morte do vigilante João Victor Santos do Nascimento, de 22 anos, executado a
tiros no primeiro dia de trabalho em um laboratório clínico em Sobral, no
interior do Ceará, na última segunda-feira (1º), foi ordenada por uma facção
criminosa, segundo a investigação.
A suspeita inicial era de que o jovem tivesse sido atacado por reagir a um
assalto no local, praticado por um casal. Porém, horas após o crime, a polícia
prendeu Paulo Henrique Silva Pinto, de 19 anos, que apresentou uma nova versão
sobre o caso.
Conforme o inquérito policial, ao qual a TV Verdes Mares teve acesso, Paulo
Henrique afirmou em depoimento que a mulher, cuja identidade não foi revelada,
foi até a casa dele e disse que os dois deveriam fazer um “corre” (expressão
usada para indicar o cumprimento de uma missão) a mando da facção, para matar
João Victor.
Ainda de acordo com a investigação, Paulo Henrique e a comparsa foram até o
laboratório, onde a vítima estava trabalhando, invadiram o local e anunciaram um
assalto. Durante a ação, o casal obrigou as pessoas presentes a deitarem no chão
enquanto recolhia celulares e uma máquina de cartão de crédito.
Após subtrair os pertences, a mulher se aproximou do vigilante e perguntou o
nome dele. Quando João Victor se identificou, a suspeita ordenou que o comparsa
atirasse. O jovem foi atingido por cerca de cinco disparos e morreu no local.
A polícia ainda não esclareceu o motivo da facção para determinar a morte do
vigilante, que completaria 23 anos nesta quarta-feira (2). No dia do crime, ele
estava substituindo outro profissional que havia entrado de férias. Familiares
negam que o rapaz tivesse inimigos.
“Ele não tinha nenhum inimigo. Tanto é que em todo local de Sobral ele andava,
ele trabalhava e não tinha envolvimento com nada. Um menino bom”, disse um tio
da vítima.
Paulo Henrique teve a prisão preventiva decretada durante a Audiência de
Custódia, realizada nesta terça-feira (2). Ele foi autuado em flagrante por
homicídio doloso e por integrar organização criminosa.
“Verifica-se que o crime foi cometido com um grau elevadíssimo de violência e de
forma que dificultou a defesa da vítima, demonstrando, dessa maneira, a alta
periculosidade do agente”, afirma um trecho da decisão do juiz que manteve a
prisão de Paulo Henrique.
O suspeito já tinha antecedentes por tentativa de homicídio doloso, porte ilegal
de arma de fogo e receptação. A polícia segue com as investigações para capturar
a mulher que também participou do crime.