O DE alugou uma casa vizinha e utilizou drones para monitorar o promotor jurado de morte; confira detalhes da investigação
O promotor Lincoln Gakiya integra o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MP e há anos investiga as lideranças do PCC e a infiltração deles no estado de SP. As investigações da Operação Recon do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Civil indicam que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) usou drones para vigiar a rotina do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, além de ter alugado uma luxuosa casa a menos de um quilômetro da residência dele para mapear a rotina do promotor e dos policiais responsáveis por sua segurança pessoal.
De acordo com a operação, o PCC planejava executar Gakiya e o coordenador de presídios Roberto Medina, responsável por unidades prisionais da região oeste do estado. O promotor afirmou que sua casa foi monitorada por drones e que uma residência próxima do seu condomínio foi utilizada como base para vigiar sua rotina diária. Imagens aéreas mostram que várias pessoas se reuniam nessa casa, que também servia como ponto de distribuição de drogas. Os investigadores suspeitam que os criminosos planejavam atacar o promotor no caminho que ele usualmente faz para chegar ao trabalho.
Gakiya é membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo em Presidente Prudente e investiga há mais de duas décadas as lideranças da facção criminosa e sua infiltração no estado. A Operação Recon revelou a existência de uma célula do crime organizado altamente disciplinada encarregada de levantar informações detalhadas sobre a rotina de autoridades públicas, com o propósito de preparar atentados contra esses alvos selecionados.
A polícia cumpre 25 mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Recon, com ordem para quebra dos sigilos telefônico e telemático dos suspeitos. Os mandados estão distribuídos em diversas cidades paulistas e a polícia afirma que a ordem para atacar Gakiya e Medina partiu do PCC. A investigação tem revelado detalhes minuciosos sobre a rotina de Medina, com fotos e vídeos do trajeto diário percorrido pelo coordenador de presídios de casa para o trabalho.
A partir da prisão de um suspeito por tráfico de drogas, os investigadores identificaram outros integrantes do PCC envolvidos no plano de atentado contra as autoridades. A investigação mostra uma extensa rede de participantes, com cada membro desempenhando uma função específica na organização criminosa. A Operação Recon visa coletar elementos de prova que subsidiarão as próximas fases da investigação, visando à identificação de outros envolvidos e ao mapeamento completo da cadeia criminosa. Mesmo com a complexidade e rigidez do esquema do PCC, as autoridades estão empenhadas em desmantelar a organização e garantir a segurança pública.




