Criminosos chegaram a monitorar as rotinas do coordenador de presídios Roberto Medina e do promotor de Justiça Lincoln Gakiya. A TV DE não conseguiu contato com as defesas dos suspeitos citados.
Membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) trocaram mensagens enquanto monitoraram endereços do coordenador de presídios Roberto Medina e do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, de acordo com uma investigação da Polícia Civil de São Paulo.
Ao analisar fotos, vídeos e mensagens armazenadas no celular do suspeito, os investigadores identificaram que os criminosos monitoravam Medina em Presidente Prudente, fotografando a rua onde ele mora e até as placas de carros oficiais estacionados na frente de sua casa. Em uma das mensagens obtidas pela polícia, Vítor Hugo da Silva, um dos investigados, alertava um comparsa sobre a presença de câmeras.
Os criminosos também gravaram vídeos detalhando os itinerários do coordenador de presídios, usando mapas e imagens de GPS para indicar caminhos e pontos de referência, como rotatórias no trajeto de ida e volta do trabalho.
Durante as investigações, outros membros do PCC foram presos. Welisson Rodrigo, conhecido como Bispo de Almeida, foi detido em uma chácara em Presidente Bernardes, acusado de acompanhar a rotina de Medina a mando da facção.
Em setembro, outro integrante foi preso por receber ordens para atacar o promotor Lincoln Gakia. Os criminosos haviam alugado um imóvel a menos de 1 km da residência do promotor e monitoravam seus trajetos com frequência.
Segundo o delegado responsável pelo caso, o objetivo inicial dos criminosos era apenas o levantamento da rotina das autoridades, mas o material coletado poderia ser repassado a equipes da região para a execução de atentados.
Promotor Lincoln Gakiya fala sobre operação que mira plano do PCC para matar autoridades em SP
A OPERAÇÃO
O Ministério Público e a Polícia Civil de São Paulo realizaram na manhã desta sexta-feira (24) uma operação para cumprir 25 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de planejarem o assassinato do promotor de Justiça Lincoln Gakiya e do coordenador de presídios Roberto Medina.
A Justiça determinou ainda a quebra dos sigilos telefônico e telemático dos suspeitos para que os investigadores possam apurar o envolvimento de mais pessoas no esquema. A polícia afirma que a ordem para atacar Gakiya e Medina partiu do PCC.
A partir da prisão de Vitor Hugo, os investigadores chegaram até outro suspeito, Wellison Rodrigo Bispo de Almeida, também integrante do PCC. Wellison foi preso no curso das investigações. Embora resida em Martinópolis, ele tinha alugado uma chácara a 53 quilômetros dali, em Presidente Bernardes. Wellison alegou estar fugindo de um policial, mas os investigadores afirmam que estava ali a mando do PCC para seguir os passos de Roberto Medina.
Os policiais identificaram um terceiro suspeito de envolvimento no plano de atentado contra autoridades. Sérgio Garcia da Silva foi preso no dia 26 de setembro por tráfico de drogas. O celular encontrado com ele indicava o envolvimento no plano de assassinato de Medina e do promotor de Justiça Lincoln Gakiya.
As investigações revelaram que os suspeitos tinham alugado uma casa próxima ao condomínio onde o promotor mora. Imagens aéreas mostraram diversas pessoas reunidas nessa casa, que também servia como ponto de distribuição de drogas.
Os investigadores suspeitam que os bandidos pretendiam atacar o promotor no caminho que ele costuma fazer para chegar ao trabalho, em Presidente Prudente. A investigação, conduzida pela Seccional de Presidente Prudente, começou em julho, após a prisão de um homem por tráfico de drogas.




