Facebook é condenado a pagar R$ 20 milhões por vazamento de dados no Brasil

Uma decisão da Justiça brasileira pode garantir indenizações a usuários do Facebook no País. A 29ª Vara Cível de Belo Horizonte condenou a empresa a pagar R$ 20 milhões em danos morais coletivos por conta de vazamento de dados de usuários no Brasil. Além disso, deverá desembolsar R$ 5 mil a cada usuário que comprovar ter utilizado a rede social nos anos de 2018 e 2019. Se você foi afetado por esses vazamentos, veja como solicitar sua indenização.

A ação foi movida pelo Instituto Defesa Coletiva, que representou os usuários do Facebook afetados por uma série de vazamentos ocorridos em diferentes momentos. O primeiro incidente ocorreu em setembro de 2018, quando hackers conseguiram acessar detalhes como nome, telefone e e-mail de 15 milhões de pessoas. Outros 14 milhões de usuários tiveram informações mais sensíveis, como gênero, localidade, idioma, status de relacionamento, religião, cidade natal e data de nascimento, acessadas pelos invasores.

Outros vazamentos ocorreram em sequência. Meses depois, em 2019, senhas de 22 mil contas foram expostas, juntamente com detalhes da movimentação de mais de 540 milhões de usuários. Posteriormente, em maio de 2019, o aplicativo WhatsApp também foi afetado por uma vulnerabilidade que permitiu que hackers instalassem programas para acessar os dados dos celulares, embora o número de usuários afetados não tenha sido divulgado pela empresa.

O juiz da 29ª Vara Cível de Belo Horizonte, José Maurício Cantarino Villela, reconheceu que a responsabilidade pelas falhas de segurança é da empresa. Porém, a solicitação de medidas preventivas contra novos ataques foi julgada improcedente.

Compensação

Os usuários que desejam pleitear a indenização devem comprovar que utilizaram a plataforma nos anos de 2018 e 2019. A advogada Lillian Salgado, presidente do Comitê Técnico do Instituto Defesa Coletiva, destaca que é importante fornecer informações claras e precisas aos usuários, especialmente quando aplicativos parceiros do Facebook compartilham seus dados. Ela também ressalta que a empresa deveria comunicar a todos os afetados pelos vazamentos, mas não compartilhou a lista das pessoas lesadas.

Vale lembrar que a decisão ainda pode ser objeto de recurso por parte do Facebook. Além disso, usuários dos Estados Unidos também podem requerer indenizações devido a um processo similar contra a empresa nos EUA, no qual a Meta (empresa controladora do Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads) concordou em pagar US$ 725 milhões no final de 2022.

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Operação desmantela esquema de fraudes de R$ 40 milhões no Banco do Brasil; grupo aliciava funcionários e terceirizados

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) lançaram uma operação para desarticular um grupo criminoso responsável por fraudes que somaram mais de R$ 40 milhões contra clientes do Banco do Brasil. A ação, realizada na manhã desta quinta-feira, 21, incluiu a execução de 16 mandados de busca e apreensão contra 11 investigados, entre eles funcionários e terceirizados do banco.
 
As investigações, conduzidas pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), revelaram que os criminosos utilizavam dispositivos eletrônicos clandestinos, como modens e roteadores, para acessar sistemas internos de agências bancárias e obter dados sigilosos de clientes. Esses dispositivos permitiam que os criminosos manipulassem informações, realizassem transações bancárias fraudulentas, cadastrassem equipamentos, alterassem dados cadastrais e modificassem dados biométricos.
 
A quadrilha atuava de forma organizada, com divisão de tarefas específicas. Havia aliciadores que recrutavam colaboradores do banco e terceirizados para obter senhas funcionais; aliciados que forneciam suas credenciais mediante pagamento; instaladores que conectavam os dispositivos aos sistemas do banco; operadores financeiros que movimentavam os valores desviados; e líderes que organizavam e coordenavam todas as etapas do esquema.
 
As denúncias começaram a chegar à polícia em dezembro de 2023, e as investigações apontaram que o grupo criminoso atuava em várias agências do Banco do Brasil no Rio de Janeiro, incluindo unidades no Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Vila Isabel, Centro do Rio, Niterói, Tanguá, Nilópolis e Duque de Caxias.
 
O Banco do Brasil informou que as investigações começaram a partir de uma apuração interna que detectou irregularidades, as quais foram comunicadas às autoridades policiais. A instituição está colaborando com a investigação, fornecendo informações e subsídios necessários.
 
A operação contou com a participação de cerca de 25 equipes policiais e tem como objetivo apreender dispositivos eletrônicos ilegais, coletar provas e identificar outros integrantes do esquema criminoso. Além disso, as autoridades estão em busca do núcleo superior do grupo criminoso e dos beneficiários dos recursos desviados.

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