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Falsa guru: influenciadora Kat Torres é condenada a oito anos de prisão por tráfico humano

Última atualização 15/07/2024 | 15:13

A falsa guru espiritual Katiuscia Torres Soares, conhecida como Kat Torres, foi condenada a oito anos de prisão por tráfico humano e condições análogas à escravidão. Segundo a BBC, a decisão da Justiça Federal ocorreu após a confirmação de que Kat  submeteu a jovem Desirrê Freitas, de 28 anos, a um esquema de exploração sexual nos Estados Unidos.

A influenciadora, de 34 anos, foi presa em outubro de 2023 ao desembarcar de um avião vindo dos EUA com outros brasileiros deportados por estarem irregulares no país. Ex-modelo e influenciadora digital, Torres acumulou milhões de seguidores na internet e viveu uma vida luxuosa em Los Angeles antes de liderar uma suposta seita religiosa. Atualmente, ela está detida em um presídio feminino em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma denúncia à Justiça com base em depoimentos de sete testemunhas, destacando que Torres aliciou Desirrê Freitas desde abril de 2022 até novembro do mesmo ano. Desirrê foi atraída aos Estados Unidos com promessas de uma vida melhor, mas acabou submetida a condições degradantes e trabalhos exaustivos, incluindo dançar em clubes de striptease e ser anunciada em sites de prostituição no Texas.

Além do caso de Desirrê, outras mulheres denunciaram práticas semelhantes por parte de Kat. Relatos apontam que a influenciadora oferecia falsas promessas de dinheiro, sucesso amoroso e financeiro, aliciando seguidoras jovens e emocionalmente vulneráveis. A crença em uma falsa divindade chamada “A Voz” e o uso de chá alucinógeno de Ayahuasca faziam parte do esquema.

Uma das vítimas contou que foi abordada pela influenciadora enquanto enfrentava dificuldades nos EUA. A jovem de 18 anos foi convencida a trabalhar em um stripclub, mas acabou realizando serviços domésticos na casa da falsa guru em troca de promessas falsas e um lugar para morar. As investigações revelaram mensagens de Kat  prometendo empregos e oportunidades nos EUA, mas que na realidade envolviam exploração sexual e trabalho escravo.

A advogada Gladys Pacheco, representante de algumas vítimas, detalhou que Kat Torres é investigada por calúnia, ameaças, prejuízos financeiros e aliciamento de jovens para exploração sexual. Ao menos 20 mulheres já procuraram o MPF para relatar os crimes sofridos.

Durante a fase de investigação, a influencer negou todas as acusações. As vítimas aguardam a conclusão das investigações pelo Ministério Público Federal e o oferecimento de novas denúncias contra Torres.