Falta de água em Guaratuba: moradores e veranistas sofrem com escassez

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Sem água há dias, moradores de Guaratuba vão até bica para tomar banho

Por conta da situação, veranistas desistiram de passar os dias de folga no litoral e alguns comerciantes precisaram fechar temporariamente as portas.

Moradores e veranistas enfrentam falta de água em Guaratuba

Moradores e veranistas enfrentam falta de água em Guaratuba

Sem água há dias, moradores de Guaratuba, no litoral do Paraná, estão precisando ir até uma bica para buscar água potável para usar em demandas do dia a dia, como lavar louça e cozinhar. Alguns até se banharam no local.

A cidade tem 42.062 moradores, porém, durante a temporada de verão, Guaratuba recebe cerca de 500 mil turistas.

Alguns moradores relatam que o abastecimento de água reduziu desde o dia 23 de dezembro e que ficaram totalmente sem água a partir de sábado (27). A situação se agravou na segunda-feira (29), após o rompimento de uma adutora que transporta água da estação de tratamento para os reservatórios que abastecem a cidade.

“Já faz uns cinco dias que a gente está com essa falta de água. Tem um vizinho que tem uma filha especial e está difícil para ele. Simplesmente, a água acabou”, afirma o morador Igor Talles.

Por conta da situação, veranistas desistiram de passar os dias de folga no litoral e renunciaram a diárias já reservadas, o que impacta diretamente na economia da cidade.

“Os hóspedes chegam e já querem voltar para casa. Realmente está insustentável a situação, quatro dias sem água. A única coisa que a Sanepar informa é que houve um problema em uma adutora e ainda não tem solução. Já fiz o pedido de caminhão-pipa, pedi água, são famílias com crianças e idosos aguardando”, detalha Maria Clara Líbano, que aluga apartamentos para turistas.

Sem água há dias, moradores de Guaratuba vão até bica para tomar banho — Foto: RPC

Da mesma forma, alguns comerciantes precisaram fechar temporariamente as portas.

“A gente resolveu a partir de hoje fechar. Hoje é um dia de grande movimento, a cidade está super cheia. Nós servimos café, está com muita louça, sem condições. Voltaremos só no dia 3 de janeiro. Aumentamos o quadro de funcionários, depósito totalmente cheio para evitar a falta de suprimentos, mas infelizmente hoje estamos fazendo apenas o que a gente já se comprometeu. Pedimos desculpas para os nossos clientes”, diz Sandra Mara, empresária.

Nos últimos dias, a cidade chegou a registrar temperaturas de 33 ºC, com sensação térmica de 41,4 ºC, conforme o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

Por conta da falta de água, alguns comerciantes precisaram fechar temporariamente as portas — Foto: RPC

SANEPAR DIZ QUE SERVIÇO ESTÁ SENDO NORMALIZADO

Na manhã desta quarta-feira (31), a Sanepar informou que a normalização da distribuição de água chegou a pelo menos 95% da área de abrangência. A empresa disse ainda que segue monitorando a retomada nos pontos mais distantes.

Alguns moradores, no entanto, ainda relatam a falta de água, em especial pela ausência de pressão nos encanamentos.

Veja o que diz Fábio Basso, gerente geral da Sanepar:

Sanepar fala sobre falta de água no litoral

FORÇA-TAREFA PARA CONSERTO DE ADUTORA

O rompimento da adutora foi identificado pela Sanepar na noite de segunda-feira (29). A empresa informou que, assim que identificado, uma força-tarefa foi mobilizada para a solução do problema, e equipes técnicas foram deslocadas para o local para atuar no reparo da tubulação.

Segundo a companhia, a operação é complexa e exige o gerenciamento de logística e hidráulica, com participação de especialistas de diferentes áreas.

Entre os principais desafios está o controle da pressão, causada pelo grande volume de água transportada, tanto para interromper a distribuição quanto para a retomada.

Rompimento da adutora foi identificado pela Sanepar na noite de segunda-feira — Foto: Sanepar

Outros fatores, como a profundidade da tubulação – superior a 1 metro –, o cuidado para não romper outras tubulações e cabos, e o peso das peças – em geral, feitas em ferro fundido ou outros materiais pesados, também exigem equipamentos e profissionais específicos.

“Guaratuba nós temos 420 km de rede. São tubulações enterradas. Dentro da hidráulica, dentro do setor de saneamento, existem diversos rompimentos. O problema é que essa é uma tubulação de grande diâmetro, que faz todo o transporte da água produzida, e em um momento em que a cidade está cheia e com altas temperaturas”, justifica Fábio Basso, gerente geral da Sanepar em Curitiba, Região Metropolitana e Litoral.

Para acelerar o processo, a Sanepar enviou para Guaratuba, por meio de um helicóptero, os insumos necessários para realizar o conserto. A companhia informou também que contou com o apoio da Polícia Militar na escolta do caminhão com as novas tubulações.

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