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Falta de cuidado na manipulação de alimentos causa surtos de doenças na população

Última atualização 14/12/2017 | 10:19

Pratos frios devem ser mantidos refrigerados e os quentes, aquecidos, recomenda médico veterinário

Quase 10 mil pessoas sofreram com doenças transmitidas por alimentos (DTAs) em 2016, em cerca de 500 surtos registrados pelo Ministério da Saúde.  Em 2017, já foram contabilizados 133 surtos que deixaram mais de 2 mil pessoas doentes até agora. Celebrações de final de ano requerem uma atenção maior no preparo de alimentos.

Uma das principais ameaças à segurança alimentar, segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Goiás, o CRMV-GO, são as fraudes em produtos de origem animal, que podem potencializar as DTAs, como a troca de ingredientes, que podem mascarar contaminações por microorganismos.

Os médicos veterinários alertam para que o consumidor fique atento no dia a dia para não cair ainda em armadilhas causadas pela falta de atenção humana. Os alimentos de origem animal como carnes, ovos e derivados do leite são, em sua maioria, muito perecíveis e, segundo lembra o médico veterinário Saulo Fernandes Mano de Carvalho, quem vai comprar esse tipo de produto deve ter certo cuidado checando data de validade, refrigeração do produto e sua coloração que, no caso a carne, por exemplo, não deve estar escurecida.

“O grande problema não acontece na produção, mas na manipulação desses alimentos. Em bares, restaurantes ou até mesmo nas residências,  a pessoa tira um alimento do refrigerador, vai moldá-lo, deixa muito tempo na temperatura ambiente e o esquece na mesa de preparação. É nesse momento que a bactéria se instala no alimento e gera as toxinas prejudiciais à saúde. O certo é levar de volta para o refrigerador na temperatura recomendada e dentro do limite de tempo”, alerta Saulo de Carvalho.

Cerca de 60% dos patógenos e 75% das enfermidades humanas são de origem animal. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS)  é de responsabilidade do Estado, através de seus órgãos de regulação e fiscalização, a manutenção de programas de autocontrole dos alimentos que chegam a mesa do consumidor.

Dentre as doenças transmissíveis por alimentos mal conservados estão as infecções, intoxicações e toxinfecções, que podem causar diarréia e febre. O produto que a bactéria gera no metabolismo humano produz toxinas nos alimentos muitas vezes resistentes a temperaturas  altas e mesmo uma comida cozida pode causar ânsia de vômito em uma pessoa.  Comidas mal conservadas ao serem servidas podem causar síndrome emética, levando ao vômito em pelo menos seis horas. “As bactérias mesófilas possuem uma temperatura de crescimento entre 30 e 40 graus, sendo que o ideal para refrigeração é abaixo de 30 e para o aquecimento acima de 40. Quanto mais se diminui o metabolismo da bactéria, menos elas crescem”, recomenda Saulo.

 

Ceias de Natal e de Ano Novo

Nas festas de fim de ano das famílias, as preparações das refeições normalmente iniciam na parte da manhã e os pratos são só são servidos de noite. Os momentos de descontração podem distrair quem vai se servir. “O ideal é sempre conservar o alimento. Os pratos frios devem voltar para a geladeira o mais rápido possível e os quentes devem ser mantidos aquecidos”, completa Saulo.

Lucas Mendonça