Falta de ônibus em Rio Verde causa revolta em usuários

Falta de ônibus em Rio Verde causa revolta em usuários

Ana Paula é diarista e mora no Jardim Floresta, em Rio Verde, ela conta que os usuários do transporte público da cidade sofrem todos os dias. “Falta de ônibus, atrasos, uma verdadeira falta de respeito com os usuários”, relata ela. “Eu pego ônibus 7h20min para ir para o trabalho e volto as 15h50min. Tiraram o das 14h30min. Eles tiram os ônibus e você que ‘lute'”, desabafa. De acordo com Ana, o sofrimento é maior para as pessoas que pegam o ônibus mais tarde.

A Call Center, Juscilene Souza conta que todos os dias os ônibus atrasam. “Ontem fiquei meia hora esperando o ônibus e ele não apareceu. O ponto estava lotado com pessoas na mesma situação que a minha” relata ela. Juscilene também conta que os ônibus são lotados. “Muita gente nem passa na catraca. Eu por exemplo, sempre fico no degrau do ônibus, porque não tem espaço. Só passa uma linha de ônibus para nós”, afirma.

Nas redes sociais, as reclamações são diárias. Em um publicação, uma outra usuária desabafou: “já teve vezes que eu fiquei mais de uma hora aguardando o ônibus e ele não passou. Não tem ônibus como deveria ter e nem passa no devido horário”.

Entramos em contato com a empresa responsável pelo transporte urbano de Rio Verde, Viação Paraúna:

“Os ônibus não estão em falta e que atrasos são normal, mas não acontece sempre. As vezes ônibus estraga e precisa ir para garagem trocar de veículo”, afirmou Elaine, funcionaria da empresa. Elaine também informou que está circulando a informação de que no dia 1º de novembro os ônibus entrarão em greve, portanto a informação não procede. “Não vai ter greve nenhuma de ônibus”, pontuou ela.

Problema antigo

Um funcionário da Rodoviária de Rio Verde, que não quis ser identificado, afirmou que esse problema com os ônibus na cidade já é antigo e a tendência é só piorar. Segundo ele, devido a baixa rentabilidade no transporte público da cidade, as empresas não querem investir. “Antes era tudo integrado, a BRF* com o urbano, com a saída da multinacional, foi reduzido o número de ônibus na rua, muitos motoristas foi para nova empresa que e apenas para a BRF, e o número de pagantes e baixo”, afirma ele.

Em 2014, a Prefeitura de Rio Verde abriu licitações para novas empresas operarem o transporte publico da cidade, mas segundo o funcionário nem a atual operante quis participar. “A empresa que ganhou a licitação foi a  Giotur, que nem chegou assumir e abandonou a cidade”, relata o funcionário. No total, 19 linhas de ônibus atende todos os bairros da cidade. De acordo com o funcionário, o grande número de taxistas e usuários não pagantes dificultam a rentabilidade do transporte. “Muitos taxistas na cidade e acaba tirando os passageiros do ônibus”, explica ele.

A nossa reportagem procurou a Prefeitura de Rio Verde para um posicionamento quanto as reclamações, porém não tivemos nenhuma resposta até a publicação desta matéria.

 

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*BRF: A BRF é uma empresa multinacional brasileira do ramo alimentício, fruto da fusão entre Sadia e Perdigão, duas das principais empresas de alimentos do Brasil.

 

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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