Família de comerciante morto durante abordagem policial em Orlândia, SP, espera
condenação de cabo da PM
Primeira fase do julgamento de Artur Filgueiras Cintra, de 28 anos, está marcada para esta terça-feira (15). Crime aconteceu em outubro do ano passado.
Família de comerciante morto em Orlândia, SP, espera que cabo da PM vá a júri
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Família de comerciante morto em Orlândia, SP, espera que cabo da PM vá a júri popular
Familiares do comerciante João Victor Rangon, morto durante uma abordagem policial em outubro do ano passado, em Orlândia (SP), pedem justiça para que o caso não fique sem punição. O jovem, à época com 27 anos, foi baleado na cabeça pelo cabo da Polícia Militar Artur Filgueiras Cintra, de 28 anos, que responde pelo crime em liberdade após decisão da Justiça Militar. Nesta terça-feira (15) acontece a audiência de instrução, primeira fase do processo, que pode decidir sobre o julgamento de Cintra. Mãe de João Victor, Lucilene de Moura Rangon, espera que o cabo da PM vá a júri popular.
> “Espero que ele pague pelo crime que cometeu, porque meu filho não era nenhum bandido, não era criminoso, não era nada que eles pensaram que fosse, não era traficante, não era marginal. De repente, pelo erro que ele cometeu de tomar uma cerveja e sair dirigindo pra vir pra casa, eles fazem isso com meu filho. Não é justo, então que ele pague pelo crime que ele cometeu”.
João Victor Moura Rangon foi morto com um tiro na cabeça durante abordagem policial em Orlândia, SP — Foto: Arquivo pessoal. O crime aconteceu no dia 3 de outubro de 2024. João Victor estava com o irmão, Gabriel Henrique Moura Rangon, de 24 anos, no carro e, de acordo com o boletim de ocorrência registrado, os dois teriam desrespeitado a ordem de parada da PM, o que iniciou uma perseguição que cruzou as cidades de Sales Oliveira (SP), Morro Agudo (SP) e São Joaquim da Barra (SP), e terminou em Orlândia, a poucos metros da casa onde os dois viviam com os pais.
Júlio César Rangon, pai de João Victor e Gabriel, presenciou o momento em que um dos filhos foi baleado e o outro foi agredido pelos PMs. Câmeras de segurança de uma residência que fica na Avenida Quatro, onde o caso aconteceu, flagraram quando o carro de João Victor foi cercado por pelo menos quatro viaturas. Júlio apareceu no local e, pelas imagens, é possível ver o desespero do pai quando o filho foi atingido.
À EPTV, afiliada da TV Globo, o advogado Vinicius Ribeiro, que defende a família de João Victor, disse que, além de apresentar provas para tentar levar o caso a júri popular, vai pedir pela prisão preventiva de Cintra. A EPTV entrou em contato com a defesa de Cintra, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
O comerciante João Victor Rangon morreu na madrugada do dia 3 de outubro após ser atingido por um disparo durante uma abordagem da Polícia Militar. Segundo boletim de ocorrência, João Victor dirigia um carro modelo Ford Focus e desrespeitou a ordem de parada, o que deu início à perseguição. Durante a fuga, ainda segundo o boletim de ocorrência, João Victor e o irmão passaram por Sales Oliveira (SP), Morro Agudo (SP) e São Joaquim da Barra (SP) antes de retornarem para Orlândia. Já na Avenida Quatro, na região central de Orlândia, os policiais conseguiram cercar o veículo, que parou. Imagens de câmeras de segurança registraram a abordagem a João Victor e as agressões a Gabriel Henrique. Ainda segundo o boletim de ocorrência, a arma de um dos policiais disparou e atingiu a cabeça de João Victor. Ele foi socorrido, mas chegou morto ao hospital. Gabriel Henrique sofreu escoriações no braço e no punho. Nada de ilícito foi encontrado com os irmãos e nem dentro do carro deles. Em depoimento à Polícia Civil, Cintra ficou em silêncio. Um colega dele, que também esteve na abordagem, afirmou ter ouvido do policial que o disparo foi acidental.