Família de adolescente vitimado por policial foragido clama por justiça

Vamos lamentar a vida inteira?’, pergunta avó de adolescente falecido por DE que
permanece foragido dois anos após sentença

Luciano Ângelo de Lima Filho faleceu atingido por um tiro nas costas um dia após
completar 15 anos. O crime ocorreu em 2012 e o acusado foi sentenciado a 24
anos de prisão em abril de 2023, porém não foi detido.

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A condenação do policial militar aposentado Valdinei Cecílio de Brito pela morte do jovem de 15 anos, Luciano Ângelo de Lima Filho, não trouxe alívio para a dor dos familiares da vítima. Desde o veredito, proferido em abril de 2023, Brito está desaparecido. O crime ocorreu em outubro de 2012.

À EPTV, afiliada da TV Globo, a avó de Luciano, Arlete Serafim dos Santos, relatou que ao sair do tribunal no dia da condenação, em 24 de abril de 2023, pensou que a ‘justiça tinha sido feita’.

No entanto, após um ano e quatro meses sem notícias sobre o paradeiro do policial militar, ela lamenta o desfecho do caso.

> “Eu o vi [Valdinei Cecílio de Brito] rindo no tribunal com a família e nós? Nós
> vamos lamentar a vida inteira pelo Luciano? Vamos lamentar a vida inteira? É
> isso que eu quero saber. A justiça precisa ser cumprida, não foi isso que aquela
> juíza disse? Onde está a justiça? Eu não sei o que dizer, dói muito”.

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Luciano faleceu atingido por um tiro nas costas em 2012 após um breve desentendimento com o ex-PM Valdinei Cecílio de Brito por causa de um cone de trânsito. O crime se deu em 8 de outubro, um dia após o aniversário do jovem.

Arlete menciona que a sensação que permanece é a de que a justiça não foi feita e compartilha que se agarra às memórias para sobreviver à perda do neto.

> “Ele realmente foi condenado, mas eu acho que quem continua condenado somos
> nós, porque só ficou a memória do menino e nada foi solucionado. Eu acho que a
> nossa justiça é muito falha, é muito demorada e vamos continuar aguardando”.

O JULGAMENTO

Após 11 anos do ocorrido, o ex-policial militar Valdinei Cecílio de Brito foi condenado a 24 anos de prisão em abril de 2023. Brito estava em liberdade durante o processo. Ele não foi detido na saída do Fórum.

O julgamento durou 12 horas e os jurados decidiram pela condenação do réu por homicídio duplamente qualificado. Para a avó, mesmo com a sentença, a angústia persiste.

> “O que eu tento fazer é me recordar dele [do neto] rindo, brincando comigo, conversando, porque, senão, eu enlouqueço. Depois disso, minha vida acabou. É terrível, é terrível, saí do Fórum achando que tudo tinha sido resolvido”.

O CASO

Luciano morreu com um tiro nas costas em outubro de 2012 após uma breve discussão com Brito por conta de um cone de trânsito. O fato ocorreu próximo a um posto de combustível na Avenida Patriarca, no Jardim Piratininga.

O policial nunca foi preso. Ele alegou agir em legítima defesa, pois Luciano teria tentado assaltá-lo, o que foi descartado nas investigações.

O inquérito foi concluído em fevereiro de 2013 e o ex-PM foi oficialmente indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem possibilidade de defesa da vítima.

Câmeras de segurança do posto de combustível registraram o momento em que o adolescente caiu da bicicleta, já ferido. Ele foi socorrido e levado para a Unidade Básica e Distrital de Saúde (UBDS) da Vila Virgínia, porém chegou sem vida.

A busca por justiça continua, enquanto a família de Luciano Ângelo de Lima Filho se mantém à espera de respostas e de que o responsável seja levado à justiça para que enfim a dor possa ser amenizada.

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Motorista embriagado que atropelou e matou menino é condenado a 22 anos de prisão

Motorista que atropelou e matou menino que andava de bicicleta é condenado a 22 anos de prisão

Rafael Zanon Pereira, um menino de 6 anos, foi vítima de um atropelamento em frente à sua casa em Bauru no dia 11 de outubro de 2021. O responsável pela tragédia, Rafael Tadeu Januário, estava alcoolizado, em alta velocidade e sem habilitação, evadindo-se do local do acidente, mas foi identificado posteriormente.

O julgamento do motorista no Tribunal do Júri resultou em uma condenação de 22 anos de prisão em regime fechado por homicídio qualificado. O trágico incidente envolvendo Rafael Zanon Pereira ocorreu em Bauru (SP), um dia após o seu sexto aniversário, mobilizando a comunidade local e despertando a indignação por tamanha irresponsabilidade.

Durante os procedimentos legais, foi revelado que o menino estava andando de bicicleta em frente a sua residência no bairro Parque Bauru, sob a supervisão do pai, que presenciou a colisão fatal. Mesmo com a lembrança do aniversário de Rafael Pereira no dia anterior, a família foi confrontada com a tragédia que mudou suas vidas de forma abrupta.

As investigações apontaram que o motorista estava embriagado, dirigindo em alta velocidade e sem a documentação necessária no momento do acidente. Imagens de câmeras de segurança capturaram o veículo e o condutor momentos antes do atropelamento, que fugiu e tentou esconder o carro em um imóvel da Vila Ipiranga. A tentativa de evitar a responsabilidade foi em vão, resultando no cumprimento do mandado de prisão em 13 de outubro de 2022.

O desenrolar do caso culminou na decisão do Tribunal do Júri, que decretou que o acusado não terá o direito de recorrer em liberdade. Ricardo permaneceu detido desde a prisão preventiva em maio de 2022 até o desfecho do julgamento. O funeral de Rafael Zanon Pereira foi um momento de dor e luto para a comunidade de Bauru, que se mobilizou em busca de justiça e segurança nas vias públicas.

Os desdobramentos desse trágico episódio evidenciam a importância da responsabilidade no trânsito e das consequências graves resultantes da combinação de álcool e alta velocidade ao volante. O legado de Rafael Zanon Pereira permanecerá vivo na memória de seus entes queridos e como um alerta para a sociedade sobre a necessidade de respeito às normas de segurança viária. A condenação do motorista reforça a necessidade de justiça diante de atitudes irresponsáveis que custam vidas inocentes.

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