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Família de mulher que morreu após confusão em frigorífico fala da dor da perda: ‘arrependimento’

Última atualização 04/10/2022 | 16:26

A mulher que morreu após ser prensada contra as portas do Frigorífico Goiás neste domingo, 2, havia ido ao local para comprar a ‘picanha mito’ para o aniversário da mãe, de 71 anos. Yeda Batista da Silva, de 46 anos, e o marido, Vanderlei de Paula Dias, chegaram pouco antes das 7h. 

Mesmo com o horário de abertura previsto para 8h, eles se depararam com uma fila já grande, com pelo menos 30 clientes. Conforme o tempo foi passando, mais pessoas foram se reunindo na porta do frigorífico, o que resultou em intenso tumulto com a abertura das portas e, consequentemente, o incidente que tirou a vida de Yeda.

Juntos há 26 anos, Vanderlei diz sofrer com a perda da esposa e que se arrepende de ter ido ao frigorífico para aproveitar a promoção da ‘picanha mito’ a R$ 22, que normalmente é comercializada por R$ 130. 

“Estava um clima bom, mas foi chegando muita gente e ainda atrasou a abertura. Falei para irmos embora, mas ela insistiu em ficar no local até 9h. Estávamos bem próximos da porta, mas na hora de abrir o tumulto foi tão grande que me perdi dela. Depois de procurar, vi que ela estava dentro do carro”, explicou.

Morte

Depois de ser pisoteada e prensada, Yada foi para casa com o marido se queixando de fortes dores na perna. Ao chegar em casa, a mulher que sofria com problemas renais que causam inchaço, decidiu preparar o almoço, mesmo com fortes dores. Porém, momentos depois, ela decidiu ir a uma unidade de saúde por não conseguir suportar a dor.

Por volta de 11:30, o casal chegou ao Hospital Santa Mônica, onde constataram que a dor estava sendo provocada por um vaso sanguíneo  rompido e que era necessário uma cirurgia. A unidade, entretanto, não tinha especialista. 

Eles tiveram que esperar até às 15:15 para que Yeda fosse transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto de Angiologia. Ao chegar no local, o marido saiu para buscar algumas produtos pessoas a pedido do hospital, mas às 16:59, Yeda não suportou e morreu. 

“Eu fui votar e antes de chegar no local, ela me ligou dizendo que estava com muita dor. Ainda não foi esclarecida a causa da morte, mas tudo indica que foi um choque hemorrágico. Ela estava com a perna inchada e isso auxiliou na hemorragia. Nunca pensei que isso iria acontecer. Me arrependo, a gente imagina se não tivesse ido nada disso teria acontecido. Estamos sofrendo muito com a perda. Até estamos mudando algumas coisas na casa”, concluiu.