Família denúncia que jovem com câncer morreu após ser espancado por PM, em Goiânia

O barbeiro Chris Wallace da Silva, de 24 anos, morreu após ter sido agredido de forma violenta por policiais militares em Goiás. A denuncia foi feita pela família do jovem, que registrou um boletim de ocorrência para que o caso seja investigado. A vítima tinha o diagnóstico de mieloma múltiplo, conhecido como câncer de osso.

De acordo com a denúncia, o jovem e um amigo estavam indo a pé até uma distribuidora de bebida no bairro Fidélis, região sudoeste de Goiânia, quando foram abordados por policiais em uma viatura. A abordagem ocorreu por volta das 19h da última quarta-feira (10).

Os militares teriam feito primeiramente uma abordagem normal, sem violência e, em seguida, começaram a espancar os jovens, afirmam os familiares. Chris teria apanhado mais por conta de sua condição física mais fraca. Mesmo após o amigo alertar sobre a doença, os policiais bateram contra a cabeça do barbeiro em um muro e o agrediu com golpes no abdômen.

Ainda segundo a denúncia, após ser agredido, a vítima correu até sua casa, onde chegou muito debilitado. A mãe do jovem contou que ele entrou para o banheiro da residência, onde teve uma crise convulsiva e vomitou sangue.

Seis dias internado

Chris foi resgatado por uma equipe de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Antes de entrar na ambulância, o jovem confessou a agressão policial por meio de gestos. O jovem passou seis dias internado em estado gravíssimo no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), até morrer na terça-feira (16).

No boletim médico, feito no dia 11 desde mês, atesta que o jovem sofreu um “espancamento com trauma cranioencefálico, contusões abdominais e pulmonares”. Ele estava intubado, respirando com a ajuda de aparelhos, e chegou a passar por cirurgia.

De acordo com o advogado da família, Emanuel Rodrigues, Chris foi diagnosticado com câncer nos ossos aos 14 anos e, desde então, passa por um tratamento. Ele estava se sentindo melhor desde um transplante de medula óssea.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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