Família invade necrotério e rouba cadáver de idoso morto devido a Covid-19

Na Argentina, a família de um aposentado morto por Covid-19 invadiu o necrotério de um hospital e levou o corpo após descobrirem que o corpo seria cremado devido a doença. Os  familiares de Ramon Juarez serão investigados pelo sequestro do corpo, ocorrido na cidade de Tartagal.

Imagens gravadas na frente do hospital mostram um grupo de aproximadamente 20 pessoas, incluindo filhos, sobrinhos e vizinhos do homem de 69 anos, correndo para fora do necrotério com o cadáver em uma bolsa. O corpo foi colocado na carroceria de uma caminhonete. Ainda não há informações sobre o cadáver.

Em entrevista para uma TV local, Daniela, filha de Ramon, contou que o pai teria morrido por um ataque cardíaco, e não por decorrência do novo coronavírus, como informa o hospital. 

“Eles só queriam me dar cinco minutos com ele antes de queimá-lo como um cachorro”, disse a mulher. Ela contou que a decisão foi tomada domingo, 11, dois dias após a morte do pai.

O diretor do hospital, responsável pela queixa registrada, declarou que o paciente foi internado com problemas cardíacos, mas que apresentou problemas respiratórios compatíveis com os da Covid-19.

“Eu entendo totalmente a dor que a família está sentindo porque perdi amigos nesta pandemia. Mas é exatamente por isso que os protocolos precisam ser mais rígidos do que nunca”, finalizou.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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