Família pede justiça ao governador após morte de motociclista por PM em Guarujá: Caso Operação Verão na Baixada Santista

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Família faz apelo ao governador de SP após motociclista ser morto por PM: ‘Queremos justiça’

Caso aconteceu um dia antes do encerramento da Operação Verão na Baixada
Santista (SP). Segundo a PM, Ruan Corrêa Arruda da Silva foi perseguido após
fazer manobras perigosas em Guarujá (SP).

Governador Tarcísio de Freitas (à esq.), Ruan Corrêa Arruda da Silva (no
centro) e o padrinho do motociclista, Luciano Santana (à dir.) — Foto: Vanessa
Rodrigues/A Tribuna Jornal, Arquivo Pessoal e Reprodução/TV Tribuna

O caso de Ruan Corrêa Arruda da Silva, de 22 anos, morto após ser baleado na
cabeça por um PM e bater em um carro estacionado durante uma perseguição
policial em Guarujá, no litoral de São Paulo, aconteceu um dia antes do fim da Operação Verão. Revoltada, a família do motociclista esteve na cerimônia de encerramento e fez um apelo ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

De acordo com o boletim de ocorrência, os agentes flagraram um grupo de jovens
fazendo manobras empinando motos na quinta-feira (6), no bairro Pae Cará. Inicialmente, o caso foi registrado
como queda acidental, mas a Polícia Civil descobriu no hospital que o Ruan
morreu com um tiro na cabeça, disparado por um PM que atuou na perseguição. O policial passou a ser
investigado por homicídio.

A solenidade de encerramento da Operação Verão aconteceu na sexta-feira (7),
também em Guarujá, e contou com a presença do alto comando da corporação.
Durante o evento, o padrinho de Ruan, Luciano Santana, aproveitou para conversar
com o Comandante Geral da PM, Coronel Cássio Araújo de Freitas, e pedir atenção
ao caso que resultou na morte do motociclista.

> “Queremos justiça. Então, a gente pede ao governador do Estado de São Paulo,
> ao capitão [secretário de Segurança Pública Guilherme] Derrite […] para que
> seja feita justiça. Que isso não passe em branco para mais famílias não
> passarem por isso”, disse o padrinho durante entrevista à TV Tribuna, afiliada
> da Globo.

Santana acrescentou que a morte do afilhado foi uma “covardia feita por um
policial despreparado”. Ele pediu ajuda das autoridades e disse acreditar que o
caso não condiz com a realidade da polícia. “Matou o meu sobrinho e vem falar
que a arma disparou. A gente não aceita isso”, afirmou o padrinho.

Motociclista foi arremessado ao chocar-se contra carro estacionado durante
perseguição policial — Foto: Reprodução

Ainda durante a cerimônia, o Coronel Cássio informou que um inquérito policial
militar foi instaurado para apurar o ocorrido. De acordo com ele, a corporação
aguarda o laudo da perícia para tomar providências — ainda não especificadas.

“A gente trabalha com transparência, com verdade. Tudo o que nós apurarmos, nós
vamos divulgar para a população aqui do Guarujá e para a população da Baixada
[Santista] também”, afirmou o Coronel. Ele não comentou se o PM foi afastado das
atividades.

A avó de Ruan, Lindinalva da Silva, também esteve no evento com a família e
disse que o neto era um jovem maravilhoso, alegre e cheio de vida. “Espero que
esse policial incompetente pague pelo o que fez porque ele tirou a vida de uma
pessoa de 22 anos cheia de sonhos”, destacou ela.

Por meio de nota, o governo do estado de São Paulo e a Secretaria de Segurança
Pública (SSP-SP) informaram que as polícias Civil e Militar investigam todas as
circunstâncias da morte. “A PM reforça que não compactua com excessos e desvios
de conduta de seus agentes, e pune rigorosamente os que não respeitam as
diretrizes da corporação.

ENTENDA O CASO

Motociclista é arremessado após bater em carro estacionado durante perseguição
policial

De acordo com o BO, os PMs flagraram um grupo de motociclistas fazendo manobras
empinando motos durante a madrugada de quinta-feira (6), no bairro Pae Cará.
Ainda segundo o registro policial, os suspeitos fugiram ao perceberem a
aproximação dos agentes.

Conforme relatado pelos PMs, Ruan entrou pela Rua Waldemar Lopes Ferraz e a
equipe passou a acompanhá-lo. No entanto, ao fazer a curva para entrar na via, o
policial afirmou que a arma disparou “acidentalmente” fora da viatura.

Com isso, Ruan, que estava de capacete, se chocou com um carro que estava
estacionado e caiu no chão. Consta no BO que, ao desembarcar da viatura e ver a
gravidade de uma lesão na cabeça, a PM teria acionado o Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu).

Ruan tinha 22 anos quando morreu, após perseguição policial em Guarujá (SP) —
Foto: Arquivo pessoal

A primeira edição do BO informou que Ruan foi levado ao Hospital Santo Amaro. No
entanto, já na noite de quinta-feira, um delegado atualizou o documento após ter
recebido a informação sobre a morte do rapaz e a perfuração por arma de fogo —
fatos que não tinham sido comunicados à delegacia no registro da ocorrência.

O corpo tinha um ferimento resultado por uma lesão perfurante na região da
têmpora esquerda. A partir dessas informações, a natureza do boletim de
ocorrência foi alterada para incluir o crime de homicídio. O policial autor do
disparo é investigado pela morte do motociclista.

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