Família procura idoso desaparecido no Centro de Goiânia

Um homem de 74 anos está desaparecido e a família pede ajuda para encontrá-lo. Moacir Oliveira foi visto pela última vez ao sair de casa na rua 23, no centro de Goiânia, na manhã desta quarta-feira, 9. Um boletim de ocorrência foi registrado, mas a polícia ainda não tem informações sobre onde o idoso possa estar. 

De acordo com o filho dele, o homem foi diagnosticado há pouco tempo com Alzheimer e está em tratamento. Marcos Paulo Oliveira afirma que o pai nunca sumiu de casa e não tem rixa com ninguém. A família desconhece os motivos pelos quais o idoso desapareceu.  Ele vestia camisa xadrez na cor vermelha.

“Ele saiu ontem por volta das 8h50 dizendo que  ‘ia ali’. Era comum falar isso, ia à empresa, andar na rua, resolver coisas pessoas e retornar para casa. A gente chegou a receber telefonemas com pessoas dizendo que o viram sentado durante um bom tempo na rua do Lazer, também no centro, mas nada além disso”, relata.

Os familiares entraram em contato com moradores e pessoas na região da fazenda onde Moacir costuma visitar. Eles não o viram, mas começaram a ajudar nas buscas. O filho diz que o idoso havia começado a ter episódios de falhas na memória, característicos do Alzheimer. O homem portava carteira com documentos e dinheiro, porém não levava celular ou chaves do apartamento.

A família aguardou 24 horas para notificar a polícia, mas o prazo não é necessário. A orientação é registrar o desaparecimento o quanto antes em qualquer unidade da Polícia Civil, no grupo especializado localizado em Goiânia ou pela delegacia virtual para a liberação de um alerta em nível estadual sobre o possível crime.

Números

Incerteza, desespero e angústia são sentimentos relatados por pais e familiares de pessoas desaparecidas. Em Goiás, entre janeiro e abril deste ano foram registrados 844 casos, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). No ano passado, no mesmo período, foram 801. Em diversos casos, a vítima aparece por conta própria, mas não há um retorno por parte do solicitante. Com isso, a SSP fica impossibilitada de realizar uma estimativa de quantas pessoas no estado estão desaparecidas atualmente.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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