Pais reconhecem corpo do filho, morto em megaoperação no Rio, após horas de espera no IML. A família de Yago Ravel Rodrigues Rosário, de 19 anos, aguardava desde quarta-feira para confirmar se o corpo encontrado era realmente do jovem. No estacionamento do Instituto Médico-Legal (IML) no Centro do Rio, a mãe de Yago, Raquel Rodrigues, aguardava para realizar a liberação do corpo, mas enfrentou dificuldades para realizar o reconhecimento. A família desejava ver o corpo antes de assinar os documentos do óbito, mas foi informada que seria necessária a presença de um serviço funerário.
O caso de Yago é um dos 121 corpos na megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão na última terça-feira. A mãe de Yago, Raquel, foi informada que a identificação havia sido feita pela equipe do IML e que ela só poderia vê-lo dentro do carro de uma funerária. Após uma reunião da Comissão de Direitos Humanos com o diretor do IML, finalmente ela foi chamada para realizar o reconhecimento do filho.
Ao confirmar que o corpo era de Yago, Raquel relatou que seu filho havia sido decapitado e estava em condições terríveis. O pai de Yago, Alex Rosário, desabafou sobre a situação angustiante, ressaltando a falta de compaixão no trato com os corpos das vítimas. Após assinar o documento de óbito, a família teve pouco tempo para providenciar o enterro.
A Operação Contenção, realizada entre as polícias Civil e Militar, resultou em 121 mortos confirmados, sendo quatro policiais e 115 suspeitos de envolvimento com o tráfico. A ação teve como alvo criminosos ligados ao Comando Vermelho e contou com a apreensão de 118 armas. A polícia destacou que o procedimento de identificação é feito por técnicas forenses precisas e que não há a exigência de contratação de serviço funerário para a liberação do corpo.
Os moradores das comunidades da Penha e do Alemão viveram momentos de terror durante a megaoperação, com corpos sendo retirados da mata e levados para a praça local, totalizando mais de 120 mortos. A situação gerou revolta e tristeza entre os familiares das vítimas, que lutam por justiça e por respostas sobre a ação policial. A Comissão de Direitos Humanos tem fiscalizado a atuação do IML e o atendimento às famílias dos mortos, em busca de maior transparência e respeito aos direitos humanos na investigação do caso.

 
				


