Família relata histórico de agressões antes de homem ser morto pela ex: ‘Quebrou um telefone na cara dele’, diz irmã

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Família de homem morto com facada de ex-companheira cita outras agressões:
‘Quebrou um telefone na cara dele’, diz irmã

O relacionamento tumultuado durou por cerca de dois anos. O homem foi esfaqueado
enquanto segurava o filho de 11 meses no colo dentro de casa em Jaboatão dos
Guararapes.

Vídeo mostra homem provocando mulher com faca antes de ser morto por ela com
o filho bebê [https://s01.video.glbimg.com/x240/13724172.jpg]

O homem de 30 anos assassinado pela ex-companheira, de 23 anos, em Jaboatão dos
Guararapes, no Grande Recife, havia relatado para amigos e familiares que estava em um relacionamento complicado, de acordo com os parentes. Na quinta-feira (26), ele estava com o filho de 11 meses no colo quando foi esfaqueado pela jovem (veja vídeo acima).

> “Uma vez ela agrediu ele com um telefone, que quebrou um telefone na cara
> dele. Outra vez, ela puxou uma faca para ele e ele chegou na casa do meu tio,
> chorando”, contou a irmã dele ao DE.

Os relatos de agressões eram frequentes ao longo de quase dois anos de relacionamento, de acordo com a irmã do homem, que revelou que ele e a jovem começaram a morar juntos pouco tempo depois de se conhecerem. Em novembro de 2024, mudaram-se para a residência onde o crime aconteceu.

Uma câmera de segurança instalada na casa filmou a mulher esfaqueando o ex-companheiro.
Ela foi presa em flagrante e está em prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. O homem foi socorrido, mas morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Engenho Velho, em Jaboatão.

Os nomes dos envolvidos não serão divulgados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O bebê de 11 meses, filho do homem assassinado, está sob os cuidados da avó paterna, que mora no bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife.

Segundo a mãe do rapaz, ele continuava no relacionamento com a mulher por causa do filho. “Ele dizia que só estava lá [na casa] por causa do filho dele, que ele era louco pelo filho dele”, contou ao DE. Ainda de acordo com ela, o homem tinha receio de perder o contato com o filho, pois relatou que a jovem o impedia de levar o bebê para visitar a família paterna.

> “Ele já estava procurando até um advogado em relação a isso, para saber quais
> direitos ele teria se saísse da casa dela, porque ela ficava o tempo todo
> dizendo que ele não iria pegar a criança”, afirmou a irmã.

A mãe e a irmã também disseram que, mesmo com brigas e rompimentos recorrentes, ele continuava frequentando a casa da jovem. As filmagens do dia do homicídio mostram, inclusive, os dois sentados lado a lado no sofá, cerca de uma hora antes de o crime acontecer. Porém, pelas imagens, é possível ver o homem provocando a mulher com uma faca.

A jovem presa pelo crime alegou que agiu em legítima defesa. A advogada Creuza Almeida, que assumiu a defesa dela inicialmente, havia informado que a mulher sofria ameaças de morte pelo ex-companheiro e que esfaqueou o homem porque ele queria levar o bebê embora. Além disso, afirmou que a ação dela foi “sem
qualquer intenção de provocar a morte do rapaz”.

No termo de audiência de custódia, a juíza Mirna dos Anjos Gusmão informou que a mulher presa “declarou que nunca pretendeu matar a vítima e que o golpe de faca foi desferido em legítima defesa própria e de seu filho menor, temendo pela vida
de ambos, informando ter sido um relacionamento conturbado”.

Após uma mudança na defesa da jovem, a nova advogada que assumiu o caso, Emilly Amaral, divulgou nota nesta quarta-feira (2) dizendo que:
– “o relacionamento do casal durou aproximadamente dois anos, com períodos de separações e reconciliações, sendo que, na data do ocorrido, já estavam separados há cerca de seis meses”;
– “ainda assim, era habitual que o ex-companheiro frequentasse e pernoitasse na residência para visitas ao filho do casal, convivência esta que sempre foi incentivada” pela jovem;
– a mulher foi “vítima de reiterada violência psicológica ao longo do relacionamento, marcado por episódios de controle e ciúmes por parte do ex-companheiro”;
– a violência doméstica era “praticada de forma silenciosa, sem registros
prévios de denúncia por medo e constrangimento”;
– no dia do crime, a jovem contatou os canais de emergência da Lei Maria da Penha por WhatsApp e ligou para a Polícia Militar;
– “tais tentativas não foram concluídas em razão da presença do ex-companheiro
no local, circunstâncias que poderão ser devidamente comprovadas por meio dos registros e prints das conversas, que já estão à disposição das autoridades
competentes”;
– a jovem “está profundamente abalada emocionalmente, lamenta
profundamente o desfecho dos fatos e reforça que não teve qualquer intenção
de cometê-los”;
– ela é “uma vítima silenciada de ameaças e de violência psicológica no
relacionamento, onde muitas mulheres não têm coragem de dar o primeiro passo
e denunciá-las”;
– após o assassinato “passou a temer por sua segurança e de seus três filhos,
pois foi alvo de ameaças”;
– a jovem coloca-se à disposição da Justiça para prestar todos os
esclarecimentos necessários.

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