Última atualização 23/11/2022 | 08:47
As famílias goianienses são as menos endividadas do Brasil. Embora alto, o índice é de 57,2% do total, enquanto em outras capitais brasileiras o porcentual chegou a 78%. Essa é a maior marca da série histórica, iniciada em 2010, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Goiânia teve uma redução significativa de endividamento entre 2020 e 2022, que era de 72% das famílias nessa situação naquele. Atualmente, a parcela mensal comprometida com a dívida das atuais chega a 28% do total no estado, chegando a 307.303 mil famílias. Elas eram 29% há dois anos e também no ano passado, de acordo com o estudo da Fecomércio SP.
Para o economista Luiz Carlos Ongaratto, o problema do endividamento é quando é causado pelo custeio de itens básicos, como alimentação. Ele explica que houve uma tendência para o comprometimento das finanças das famílias pela pandemia e pela ausência de programas de geração de emprego e renda no governo Bolsonaro.
O especialista destaca que o desemprego chegou a recuar, mas a média de renda das pessoas é baixa em nível nacional, conforme revelou o estudo. A diminuição do valor dos auxílios, liberação de empréstimo sobre o auxílio contribuiu para aumento do endividamento.
“Em Goiás, o aumento do emprego ajuda a explicar os bons índices registrados em Goiânia. O emprego em âmbito estadual acima das estatísticas nacionais ajudou na diminuição do endividamento da capital, onde houve retomada do setor de serviços e concentra muitos investimentos. A economia goiana, no geral, está melhor”, afirma.
Apesar de positivos, os números de setembro deste ano da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL-GO) revelam que o número de consumidores endividados cresceu 7,40% no mês anterior, se comparado ao mesmo período de 2021. A média de dívidas em atraso a serem pagas era cerca de R$ 3.480,02.
Ainda de acordo com o levantamento, o número de inadimplentes no estado saltou 2,38% na passagem de julho para agosto. Os homens (51,66%) lideram a pesquisa, enquanto as mulheres (48,34%) quase empatam, sendo que um terço dos devedores (31,56%) está com dívidas vencidas há até três anos.