Famílias denunciam execuções e má conduta policial após megaoperação no Rio: 117 corpos no IML, luto e revolta na Zona Norte

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Parentes de vítimas da megaoperação ocorrida nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, denunciam execuções e má conduta policial. No total, 117 corpos foram levados para o Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio para serem reconhecidos e liberados. Entre os familiares presentes, estava a viúva de um dos soldados do Comando Vermelho, conhecido como DW, de 28 anos, que foi morto durante o confronto. Ela relatou que o marido enviou mensagens avisando que iria se render, mas acabou sendo assassinado antes de se entregar.

O clima de luto e revolta foi evidente durante todo o processo de identificação dos corpos, com relatos de parentes que encontraram seus entes queridos mortos e desfigurados na mata da região conhecida como Vacaria. A viúva de DW questionou a ação policial, mencionando que havia mandados de prisão, mas que a rendição não foi respeitada, resultando na morte do soldado. O número de mortos ainda pode aumentar, conforme novas descobertas de corpos são feitas, gerando mais dor e sofrimento para as famílias das vítimas.

Além das vítimas locais, chamou a atenção o fato de que 33 dos 113 presos durante a operação eram de outros estados, incluindo 30 mandados de prisão expedidos para o Pará. A migração de criminosos para o Rio de Janeiro é uma realidade que preocupa as autoridades de segurança, evidenciando a estrutura do crime organizado e a necessidade de ações integradas para combater essa realidade. Para o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, a presença de integrantes de facções de fora do estado reforça a atuação do Comando Vermelho na capital.

A megaoperação que resultou em 121 mortos, incluindo quatro policiais, foi planejada durante cerca de 60 dias e contou com estratégias como o “muro do Bope”, bloqueando rotas de fuga nas comunidades do Alemão e da Penha. A ação policial gerou impacto não só localmente, mas também internacionalmente, levantando questionamentos sobre a atuação da polícia e os limites éticos e legais durante confrontos armados. O Ministério Público acompanha de perto os desdobramentos da operação, cobrando transparência e investigações rigorosas sobre as circunstâncias das mortes.

A comoção e a indignação da sociedade diante da violência e das mortes causadas pela megaoperação evidenciam a complexidade do cenário de segurança pública no Rio de Janeiro. Enquanto as famílias lamentam suas perdas, especialistas em segurança debatem sobre estratégias eficazes para enfrentar o crime organizado e proteger a população. A criação do Escritório de Combate ao Crime Organizado pelo governo federal e estadual sinaliza a necessidade de medidas mais amplas e integradas para lidar com essa realidade desafiadora. O Rio de Janeiro, conhecido pela beleza natural e pela cultura vibrante, enfrenta um cenário de violência que afeta diretamente milhares de famílias e comunidades, exigindo ações concretas e uma abordagem humanitária e eficaz por parte das autoridades e da sociedade como um todo.

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