Famílias são barradas em cruzeiro temático por overbooking: ‘Decepção gigantesca’; Empresa ressarci hóspedes; VÍDEO

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Overbooking impede famílias de embarcar em cruzeiro com artistas: ‘Inacreditável’; VÍDEO

Turistas passaram mais de 15 horas em filas no Porto de Santos (SP) até serem informados que ficariam para fora da embarcação. Sócio da empresa organizadora alega que a venda das cabines “saiu do controle”.

Famílias são impedidas de embarcar em cruzeiro com artistas por overbooking

Dezenas de famílias viram o sonho de uma viagem se tornar pesadelo ao serem impedidas de embarcar em um cruzeiro temático que partiu do Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Conforme apurado pelo DE, algumas pessoas passaram mais de 15 horas em filas até serem informadas que ficariam para fora do navio por overbooking, venda de cabines maior do que a capacidade disponível.

O navio Costa Pacifica havia sido fretado pela empresa On Board Entretenimento para realizar o cruzeiro temático ‘Energia On Board’. Com preços de R$ 5 a R$ 12 mil, a viagem teria apresentações de diversos artistas com sucessos dos anos 80, como Paulo Ricardo, Sandra de Sá, Double You, Jon Secada, entre outros.

O cruzeiro, com destino a Angra dos Reis (RJ), deveria partir do Porto de Santos na tarde de quinta-feira (20) e retornar neste domingo (23). No entanto, houve atraso na saída do navio até a madrugada de sexta-feira (21) porque centenas de passageiros não conseguiram embarcar após horas em filas no terminal marítimo de passageiros Giusfredo Santini, administrado pelo Concais.

De acordo com o boletim de ocorrência, a previsão repassada pela companhia Costa Cruzeiros para o Concais era que 3.404 pessoas desembarcassem do cruzeiro para embarque de 1.953 novos passageiros na quinta-feira. No entanto, por volta das 22h, a empresa responsável pelo fretamento do navio informou aos responsáveis pelo terminal que não teria como embarcar cerca de 250 turistas.

A situação gerou um tumulto no local, sendo necessária intervenção das polícias Civil e Federal, além da equipe da Guarda Portuária e do corpo interno de segurança do terminal de passageiros. Passageiros passaram horas esperando embarque no Porto de Santos (SP).

Ainda segundo o registro policial, o sócio e a advogada da empresa On Board providenciaram transporte e hospedagem em Santos para os turistas que não embarcaram. O sócio alegou que a venda das cabines saiu de controle, mas nunca houve a intenção de prejudicar clientes e, por isso, iria ressarci-los.

O caso foi registrado como estelionato e é investigado pela Polícia Civil, que também trabalha para identificar as vítimas. Procurada pelo DE, a empresa On Board Entretenimento não se manifestou até a publicação desta matéria. Em nota, a Costa Cruzeiros lamentou o caso, informando que aproximadamente 100 hóspedes não conseguiram embarcar no fretamento Energia On Board a bordo do Costa Pacifica.

“De fato, alguns hóspedes compareceram sem os formulários de embarque necessários e/ou números de reserva. Tal situação causou um atraso considerável nas operações de check-in. Como resultado, a partida do navio foi adiada para às 2 horas da manhã desta sexta-feira, dia 21 de março”, alegou.

Ainda segundo a companhia, a administração do cruzeiro e o envio da lista de passageiros para embarque são de responsabilidade exclusiva do afretador, ou seja, a empresa On Board Entretenimento, organizadora do evento.

Ao DE, o técnico de som Erisvaldo Lopes Junior contou que seria a primeira experiência dele, da esposa e dos filhos em uma viagem de navio. No entanto, a situação acabou se tornando uma “decepção gigantesca”. A família, que mora no ABC Paulista, havia comprado uma cabine para quatro pessoas pela internet, mas foi impedida de fazer a viagem. De acordo com Junior, ele e outras centenas de pessoas foram cobradas sobre um voucher que nunca receberam.

“Foi prometido que bastava chegar com o cadastro feito no momento em que você faz a conta, que seria suficiente. Então, é mentirosa a afirmação que a culpa é do usuário que foi para o Porto sem o voucher, porque não foi distribuído para mais de 600 ou 500 pessoas que compraram”, afirmou.

Aproximadamente cem pessoas foram hospedadas em um hotel no Valongo, com as despesas pagas pela empresa organizadora do evento até o fim do período do cruzeiro.

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