Faraó dos Bitcoins: Piloto é preso nos EUA em cooperação internacional

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Um dos principais operadores de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o Faraó dos Bitcoins, foi preso na última terça-feira em Miami, na Flórida (EUA). Ricardo Rodrigues Gomes, também conhecido como Piloto, estava foragido há quatro anos e foi capturado em uma cooperação entre a Polícia Federal e a agência americana Homeland Security Investigations (HSI). Segundo as investigações, Piloto deixou o Brasil utilizando um passaporte falso e passou a atuar nos Estados Unidos em benefício da organização criminosa, estruturando o esquema e abrindo uma empresa.

O suspeito intermediou aquisições patrimoniais, constituiu empresas, movimentou contas bancárias, adquiriu criptomoedas e providenciou documentos migratórios. Utilizando documentos falsos, ele justificava os depósitos nas contas da empresa, o que incluía notas fiscais internacionais sem lastro. Os valores eram enviados para a conta de Glaidson em depósitos de criptoativos lastreados no dólar americano, conhecidos como stablecoins. Desde agosto de 2022, Piloto era considerado um foragido internacional pela Interpol.

O brasileiro permanecerá sob custódia nos Estados Unidos enquanto são tomadas as medidas para sua deportação ou extradição para o Brasil. Ele pode responder por crimes que, somados, podem resultar em até 26 anos de prisão. Piloto é apontado como um dos comandantes aéreos responsáveis pelo transporte de drogas no cartel de Pablo Escobar, traficante colombiano falecido em 1993. Ele teria facilitado a tentativa de fuga de Glaidson Acácio do Brasil e viabilizado documentação para a permanência dos líderes do grupo nos EUA.

Além disso, é acusado de ser o comprador de uma aeronave com capacidade para 19 pessoas, cuja compra foi realizada em nome da filha de Ricardo. Glaidson Acácio foi preso durante a operação Kryptos em agosto de 2021, acusado de diversos crimes, incluindo lavagem de dinheiro e organização criminosa. Ele teria gerenciado um esquema bilionário de pirâmide financeira com promessas falsas de investimentos em criptomoedas, movimentando ilegalmente mais de R$ 38 bilhões entre 2015 e 2021.

É importante ressaltar que Piloto e Glaidson são apenas alguns dos envolvidos em esquemas ilegais no mercado de criptomoedas. A prisão de Piloto representa um passo importante na investigação e punição dessas práticas criminosas, mas também ressalta a necessidade de regulamentação e fiscalização mais efetivas nesse setor. A colaboração entre as autoridades brasileiras e americanas foi fundamental para o sucesso da operação, destacando a importância da cooperação internacional no combate ao crime organizado transnacional.

Portanto, a prisão de Piloto na Flórida é um marco na luta contra esquemas fraudulentos envolvendo criptomoedas e reforça a necessidade de medidas mais rigorosas para proteger os investidores e coibir práticas ilícitas nesse mercado. A investigação continua em andamento, e novos desdobramentos são esperados nos próximos meses. É essencial que as autoridades continuem a trabalhar em conjunto para desmantelar redes criminosas e garantir a segurança e integridade do sistema financeiro internacional.

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