Farmacêutico preso em Ribeirão Preto por suposta venda ilegal de medicamentos online
Medicamentos controlados foram encontrados sendo vendidos através de plataformas digitais, conforme informou a Polícia Civil. Durante o período de março a junho, o suspeito teria realizado 850 vendas em um único site.
Um farmacêutico foi detido em flagrante em Ribeirão Preto (SP) sob a acusação de usar meios digitais para a venda ilegal de medicamentos. Segundo as autoridades, Vanderlei Castro, de 39 anos, foi encontrado em sua residência no bairro Parque Industrial Lagoinha, na zona Leste da cidade.
Na última quarta-feira (3), durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão emitido pela Justiça, os policiais o flagraram realizando vendas e gerenciando o negócio.
No local, foram encontrados diversos tipos de medicamentos, tais como ansiolíticos, sedativos, estimulantes, inibidores de apetite e antidepressivos. Alguns desses remédios requerem prescrição médica para a compra. Muitas caixas de medicamentos estavam escondidas debaixo de um colchão.
A Polícia Civil monitorou o suspeito e descobriu que, em apenas um dos sites, ele efetuou cerca de 850 vendas entre março e junho deste ano.
“Ele fornecia o código de rastreamento para que o comprador pudesse acompanhar o envio da mercadoria. O flagramos realizando transações no comércio ilegal de medicamentos”, afirmou o delegado Diógenes Santiago Netto.
O farmacêutico enviava os medicamentos via correio e transportadoras. Um residente de Sorocaba (SP) havia adquirido quatro caixas de zolpidem e duas de alprazolam, totalizando R$ 267, com entrega prevista para a semana seguinte.
Em algumas plataformas, o suspeito afirmava que o conteúdo enviado seria relacionado à área cosmética, vitaminas, produtos que poderiam ser vendidos livremente online. Entretanto, o que era enviado se tratava de medicamentos especiais que requerem receita médica, conforme declarou o delegado.
O suspeito admitiu a ilegalidade e seu registro farmacêutico está inativo. Após passar por audiência de custódia, ele foi liberado, mas enfrentará processos por venda indevida de produtos farmacêuticos.
“A veracidade desses medicamentos é questionável”, destacou Netto.
A comercialização desse tipo de produto de forma irregular é passível de multa e até 15 anos de prisão, de acordo com a legislação brasileira. Jaime Dias de Alvarenga, farmacêutico com 35 anos de experiência, explicou que é necessária autorização da Anvisa, registro da farmácia e o cumprimento das normas de retenção de receita para a venda de medicamentos online. A compra indiscriminada representa um risco à saúde pública.