Farmacêutico pode ter registro suspenso após venda de remédio errado matar bebê

O farmacêutico que vendeu o medicamento por engano pode ter o registro profissional suspenso, segundo o Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CFR-GO). O remédio vendido em questão pode ter causado a morte de um bebê de dois meses, em Formosa, município goiano no Entorno do Distrito Federal. 

De acordo com o órgão, houve uma apuração no estabelecimento para descobrir se foi um atendente, balconista ou o próprio farmacêutico que realizou a venda. Porém, de qualquer forma, a responsabilidade é do profissional de Farmácia, responsável pelo treinamento e preparação dos colaboradores. Conforme o CRF-GO, a confusão das embalagens que resultou na entrega do medicamento errado foi causada por alguém inexperiente. No entanto, a receita estava legível, o que significa que não haveria motivo para erro. 

Em nota, o CRF-GO lamentou a morte do bebê e anunciou a abertura de uma investigação interna. De acordo com o órgão, o objetivo é avaliar e julgar a ocorrência em questão. Caso seja comprovado a culpabilidade do farmacêutico responsável pelo atendimento, existe a possibilidade de suspensão ou até mesmo cancelamento do registro profissional dele, além de uma multa, com valor ainda a definir.

Relembre o caso

Um bebê morreu suspeito de ingerir um colírio que teria sido vendido por engano em uma farmácia de Formosa, no Entorno do Distrito Federal. O caso ocorreu na madrugada do último domingo, 5. De acordo com a Polícia Civil (PC), o medicamento receitado corretamente, e que a criança deveria ter tomado, era para evitar vômito e enjôo.

A mãe do pequeno Ravi Lorenzo contou que ele estava com sintomas como náuseas, vômito e febre, e por este motivo ela levou o menino para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. Chegando ao local, após examinar o bebê, o médico prescreveu três remédios, um deles, a “bromoprida”, que evita vômitos.

O avô da criança que foi atrás dos remédios e comprou tais medicamentos. Conforme  a prescrição, a mãe medicou o bebê e, em seguida, ele começou a chorar e gritar de dor.

A mãe do menino informou que, ao contrário do que o médico receitou, o remédio vendido pela farmácia foi o “tartarato de brimonidina”, um colírio para o tratamento de glaucoma. Ao retornar a UPA após Ravi começar a chorar e gritar de dor, os médicos chegaram a intuba-lo, porém ele não resistiu.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp