“Os resultados já são sentidos pelo rio há muito tempo. Em algumas partes do rio os danos são irreparáveis. A gente encontra vários pontos do rio com sinais de assoreamento e desbarrancamento”
Treze pessoas foram indiciadas por extrair irregularmente areia e argila do Rio Piracanjuba, nos municípios de Vianópolis e Silvânia, região Sul de Goiás. De acordo com Luziano Severino Carvalho, delegado titular da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), os apontados são grandes latifundiários, alguns deles, inclusive com terras registradas em pessoa jurídica.
As investigações tiveram duração de cerca de três meses, em um raio de 40 quilômetros daquele corpo d’água. Na apuração, foram constatados danos irremediáveis. “Os resultados já são sentidos pelo rio há muito tempo. Em algumas partes do rio os danos são irreparáveis. A gente encontra vários pontos do rio com sinais de assoreamento e desbarrancamento”, diz.
Segundo o delegado os sedimentos eram explorados por grupos de pessoas com auxílio de dragas e o material era levado do rio, em caminhões, para o Distrito Federal (DF), onde era vendido. Os indiciamentos foram enviados por Luziano às comarcas responsáveis pelos municípios para que a Justiça siga com os processos legais, exigindo dos supostos autores um plano de recuperação para os locais de extração irregular. “Temos que olhar o meio ambiente, tem que ter a licença e a extração deve estar de acordo com a licença, tem que recuperar a área também se não vai acabar”, alerta. Além de agentes da Dema, participaram da constatação policiais do Batalhão Ambiental e funcionários da Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima).