Febraban e Google fecham acordo para combate a golpes cibernéticos

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Google fecharam nesta segunda-feira, 2, um acordo de cooperação para ações e projetos de segurança cibernética no setor financeiro, e a criação de mecanismos para proteção contra roubos e fraudes para os usuários do sistema operacional Android e aplicativos bancários.

“Esse trabalho conjunto possibilitará que o sistema financeiro passe a ter ferramentas tecnológicas de prevenção a fraudes mais eficazes”, disse Isaac Sidney, presidente da Febraban, na assinatura do acordo com Fabio Coelho, presidente do Google Brasil.

“É mais um passo importante do setor para garantir a segurança dos serviços prestados. Estamos dando aqui uma resposta efetiva à sociedade de nosso compromisso com os clientes”, acrescentou Sidney.

“Unindo forças e expertise, poderemos desenvolver soluções inovadoras que protejam os brasileiros contra fraudes e promovam um ecossistema digital mais seguro para todos”, ressaltou o presidente do Google Brasil.

Em maio deste ano, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgou um levantamento no qual 20% dos entrevistados foram vítimas de algum tipo de fraude financeira nos últimos 12 meses anteriores. Algo em torno de 7,2 milhões de consumidores.

Os principais golpes, segundo a Febraban, são aplicados com o uso do celular pelo 0800 ou da falsa Unidade de Resposta Audível (UA), ou falsa central de atendimento; a clonagem de WhatzApp e o phishing, que significa pescas em inglês e busca as informações pessoais dos clientes, como senhas, números de telefones ou documentos.

Anuário de Segurança Pública de 2023 apontou um crescimento de golpes cibernéticos de 65,2% no período de 2021 para 2022.

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“Tecnoferência”: como a distração dos pais com o celular afeta os filhos

O hábito de pais usarem celulares ou computadores enquanto estão com seus filhos ganhou um nome específico: tecnoferência. Esse termo descreve a interferência da tecnologia na dinâmica familiar e, de acordo com estudos recentes, pode impactar o comportamento das crianças.

Uma pesquisa publicada no JAMA Network Open em agosto revelou que a tecnoferência está associada a um aumento de casos de ansiedade e hiperatividade em crianças. Durante três anos, de 2020 a 2022, 1.303 crianças e pré-adolescentes, com idades entre 9 e 11 anos, responderam a questionários sobre como percebiam o uso de dispositivos tecnológicos por seus pais.

A avaliação incluía declarações como “gostaria que meus pais passassem menos tempo no celular” e “fico frustrado quando meus pais estão no celular em vez de interagirem comigo”. Além disso, os participantes relataram sintomas de ansiedade, depressão, hiperatividade e dificuldade de atenção. Os resultados apontaram que crianças com maior percepção de tecnoferência apresentavam níveis mais altos desses transtornos, especialmente aos 9 e 10 anos.

Os pesquisadores destacaram que a falta de atenção às necessidades físicas e emocionais das crianças pode aumentar o risco de problemas comportamentais. Estudos anteriores já haviam indicado que a interferência tecnológica reduz o engajamento entre pais e filhos, prejudica a identificação das necessidades infantis, diminui o tempo de interação e pode levar a respostas mais negativas ao comportamento das crianças.

“O impacto da tecnoferência nas relações humanas e na educação é um fenômeno atual e preocupante”, avalia o pediatra Claudio Schvartsman, do Hospital Israelita Albert Einstein. No entanto, ele ressalta que o período de coleta dos dados, durante a pandemia de Covid-19, pode ter influenciado os resultados.

Os próprios autores da pesquisa admitem limitações, como a subjetividade das percepções das crianças. Jovens ansiosos, por exemplo, podem perceber seus pais como mais distantes. Apesar disso, os especialistas enfatizam a importância de discutir o uso da tecnologia nas rotinas familiares para promover relações mais saudáveis.

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