Após declaração de Lula sobre Gaza e Irã, a Federação Israelita de São Paulo afirmou que o Brasil se isola e ‘ignora a realidade dos fatos’. Lula discursou na 17ª Cúpula do Brics e afirmou que a solução em Gaza ‘só será possível com o fim da ocupação israelense e o estabelecimento de um Estado palestino’. Segundo a federação, o presidente escolhe o ‘caminho da retórica ideológica, e não da responsabilidade diplomática’.
Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ter voltado a usar a palavra “genocídio” para se referir ao conflito na Faixa de Gaza e ter citado “violações à integridade territorial do Irã” durante discurso na 17ª Cúpula do Brics, a Federação Israelita do Estado de São Paulo se manifestou por meio de nota e afirmou que as declarações isolam o Brasil no cenário internacional.
A entidade expressou profunda indignação diante das recentes declarações do presidente Lula durante a sessão ‘Paz e Segurança e Reforma da Governança Global’ do Brics. Ao acusar Israel de genocídio e defender que a solução do conflito passa pelo fim da ‘ocupação israelense’, o presidente ignorou mais uma vez a realidade dos fatos, optando pelo caminho da retórica ideológica em vez da responsabilidade diplomática, conforme o texto da nota.
Desde o massacre promovido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, Israel enfrenta ataques gravíssimos. O presidente Lula não menciona o Hamas, não exige a libertação dos reféns, e não condena os mísseis lançados sobre civis israelenses. Ao condenar Israel, a única democracia do Oriente Médio, por defender sua população, o presidente desrespeitou a memória das vítimas do Holocausto e banalizou um dos crimes mais sérios da história da humanidade.
De acordo com a Federação Israelita de São Paulo, Israel e os judeus em todo o mundo desejam um Estado Palestino, mas livre do terrorismo do Hamas e sem o financiamento antissemita do Irã. O Hamas não deseja a coexistência, mas sim a destruição. Em meio a esse cenário, a paz se torna distante, pois o terror encontra um terreno fértil para prosperar.
Diante desses acontecimentos, é necessário que o presidente da República demonstre lealdade ao povo brasileiro e não aos regimes patrocinadores do terror. Em nome das vítimas e da verdade histórica, exige-se responsabilidade, equilíbrio e humanidade do Chefe de Estado. O Brasil não pode ser um veículo do ódio que isola o país no cenário internacional.
No discurso na Cúpula do Brics, Lula destacou a importância do encontro em um momento de “cenário global mais adverso”. Criticou guerras e defendeu o multilateralismo como ferramenta para superar desafios econômicos. Reforçou a idea de reforma do Conselho de Segurança da ONU para uma governança mais inclusiva.
No início da Cúpula, temas como a guerra na Ucrânia e os confrontos no Oriente Médio não estavam previstos na agenda oficial. O governo brasileiro buscava aprovar a declaração final e discutir três declarações conjuntas em áreas prioritárias. A meta era enfatizar as conquistas da presidência brasileira no bloco e fortalecer a cooperação entre os países membros.
O Brics é um grupo formado por 11 países membros e outros parceiros que promove a cooperação econômica, política e social entre nações do Sul Global. Com a diversidade e representatividade dos membros, o Brics tem o potencial de promover a paz, prevenir e mediar conflitos, e impulsionar o desenvolvimento sustentável. O grupo busca atualizar a governança internacional e fortalecer a influência dos países do Sul Global nas instuições globais.