Semana passada Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) anunciou uma queixa-crime contra Felipe Neto, onde acusaram o youtuber por suposto crime contra a segurança nacional que rendeu nesta segunda uma intimação ao comediante.
Em entrevista cedida para BBC News Brasil, Neto afirmou que esta queixa-crime foi motivada por um tuíte em que chamou o presidente Jair Bolsonaro de “genocida” é parte da perseguição “absoluta” da qual é alvo “desde o primeiro dia de governo”.
Segundo o youtuber a intimação foi entregue na casa dele por policiais civis, por volta de 16h desta segunda-feira. Neto revelou que não se preocupa por eventuais desdobramentos na Justiça.
“Não estou preocupado comigo. Não há nada que eles possam fazer contra mim. Estou preocupado com a situação do nosso país e as ameaças à liberdade de expressão. Tenho condições de me defender, tenho mais de 41 milhões de seguidores e tenho pessoas extraordinárias ao meu lado. Porém, principalmente, tenho ao meu lado a razão”, escreveu Felipe Neto à BBC News Brasil, mencionando também ser assessorado por uma equipe jurídica “extremamente competente”.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que “ “a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) intimou Felipe Neto após o vereador Carlos Bolsonaro protocolar uma petição comunicando crime contra segurança nacional em que o presidente Jair Bolsonaro seria vítima”.
Após o intimado ser ouvido, o caso será encaminhado à Justiça”, informou a assessoria de imprensa da polícia civil fluminense.
A reportagem da BBC não conseguiu o contato com a assessoria de imprensa nem com o gabinete de Carlos Bolsonaro.
Na semana passada, o parlamentar compartilhou em suas redes sociais uma colagem com fotos de Neto e da atriz Bruna Marquezine, que também criticou o presidente, a legenda do post: “Encaminhamos queixa-crime contra Bruna Marquezine e o youtuber Felipe Neto por supostos crimes contra o Presidente da República”.
O crime teria sido cometido em 16 de dezembro, quando Neto compartilhou no Twitter uma notícia da Folha de São Paulo que falava sobre a covid, o youtuber acrescentou o comentário: “Genocida. Monstro. Este desgraçado será lembrado como o pior presidente eleito da história desse país”.
Na entrevista a BBC, Felipe Neto explicou a definição de “genocida” no dicionário e defendeu que Bolsonaro “foi diretamente responsável por muitas mortes”. “O Brasil teve quase 280 mil mortos em menos de um ano de pandemia. Muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas se o Brasil tivesse adotado uma postura séria de enfrentamento à covid-19”, escreveu.