Adolescente grávida morta na Grande Curitiba foi atingida por tiro na cabeça
enquanto estava deitada, aponta MP
Companheiro dela, Ruan dos Santos Martins é o principal suspeito do crime e está
preso. Ele foi denunciado pelos crimes de feminicídio e aborto. Defesa diz que
ele é inocente.
Isabele estava grávida de oito meses e levou um tiro na nuca. — Foto:
Cedida/Jean Campos
Isabele Raiane de Bonfim, de 17 anos, que foi morta no início de junho, quando estava grávida de oito meses, foi atingida por um tiro na cabeça enquanto estava deitada na cama, segundo aponta o Ministério Público do Paraná (MP-PR). Veja mais abaixo.
O principal suspeito do crime é o companheiro dela, Ruan dos Santos Martins, de 27 anos. Ele está preso preventivamente na cadeia pública de Curitiba e foi denunciado no último sábado (28), pelos crimes de feminicídio – com qualificadoras como meio que dificultou a defesa da vítima, motivo torpe e o fato de Isabele estar gestante – e pelo crime de aborto.
A jovem foi assassinada no dia 6 de junho, na casa onde morava na zona rural de Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
De acordo com a denúncia, Isabele foi morta por volta das 00h10. No documento, consta que Ruan deu um tiro repentino na adolescente, enquanto ela estava deitada na cama, atingindo a narina direita e produzindo lesões cranioencefálicas.
A promotoria considerou que Ruan agiu com consciência e vontade, e que ele se valeu da relação de confiança preestabelecida com a vítima, em função da união estável que existia entre eles.
Isabele estava grávida de oito meses quando foi morta. O bebê também morreu. Por isso, a promotoria também considerou que Ruan provocou aborto do filho.
Os advogados Jean Campos e Thiago Rodrigues, que representam a família de Isabele, avaliaram a denúncia como um “passo importante na busca por justiça e no reconhecimento da gravidade dos fatos”.
Ao DE, o advogado Rogério Nogueira, que atua na defesa de Ruan, disse que ele é inocente e que a denúncia do Ministério
Público é precipitada.
A irmã mais nova de Isabele, de 14 anos, estava na casa no momento do crime e disse à polícia que não ouviu nenhuma discussão antes do disparo e que, ao abrir a porta do quarto, viu a jovem deitada na cama.
A denúncia também considera que Ruan assassinou a jovem por motivo torpe, devido a um sentimento de posse que tinha em relação a ela. De acordo com um dos depoimentos prestados durante a investigação, o denunciado desbloqueou os contatos que havia no celular de Isabele e mandou mensagens para amigos e relacionamentos antigos dela.