Feminicídios no RJ: Aumento alarmante em 2024 revela necessidade de ação urgente

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Até quando? O estado do Rio de Janeiro teve quase 9 feminicídios e 32 tentativas por mês em 2024. Muitos medos são expressados por uma mulher que levou 2 tiros do ex-companheiro. A justiça concedeu 43 mil medidas protetivas, e 5 mil agressores foram presos por violência contra mulheres. Uma série de reportagens traz dados alarmantes sobre crimes, relatos de vítimas e avaliações de especialistas, que destacam que o aumento nos índices está relacionado ao crescimento do número de denúncias.

Um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP) revelou que os indicadores de violência contra mulheres aumentaram ao longo de 2024 em todo o estado do Rio de Janeiro. O número de feminicídios chegou a 107, representando um aumento de 8% em relação ao ano anterior. As estatísticas refletem vidas interrompidas, rotinas alteradas e sonhos desfeitos por criminosos que atentaram contra a vida de mulheres.

Uma das séries especiais do DE, intitulada “Até quando?”, aborda esses números chocantes da violência contra a mulher, trazendo à tona histórias de vítimas, o impacto nas famílias e as consequências devastadoras dessas mortes, como os órfãos deixados pelo feminicídio. As tentativas de feminicídio também aumentaram, chegando a 382 casos registrados no ano passado, indicando uma elevação de 24% em relação ao ano anterior.

Além disso, mais de 5 mil agressores foram presos por crimes de violência contra mulheres, e 43 mil medidas protetivas foram emitidas de janeiro a dezembro de 2024. Os dados revelam uma realidade alarmante, com diversos municípios do RJ enfrentando altos índices de feminicídio e outras formas de violência. As tentativas de feminicídio foram mais comuns na cidade do Rio, seguida de outros municípios como Duque de Caxias, Campos dos Goytacazes e Nova Iguaçu.

A análise do Dossiê Mulher revela que os agressores são frequentemente companheiros ou ex-parceiros das vítimas, e a motivação para mais de 80% dos casos está relacionada a problemas no relacionamento, como tentativas de separação. O aumento no número de denúncias sugere uma mudança na percepção das vítimas, que estão superando o medo de se calar e buscando ajuda ativamente.

Estatísticas oficiais mostram um aumento nas denúncias de violência contra a mulher, com um incremento progressivo a cada ano. A advogada Letícia Peres destaca que a atualização das leis e as campanhas de conscientização têm contribuído para uma atuação mais eficiente dos órgãos responsáveis. No entanto, o especialista em segurança pública Patrick Berriel ressalta a necessidade de um enfrentamento mais amplo, considerando as raízes culturais e comportamentais por trás desses atos.

As histórias individuais de vítimas como Agatha Marques evidenciam a tragédia por trás dos números, revelando a luta pela sobrevivência e recuperação dessas mulheres. A população negra é particularmente afetada, com cerca de 70% das vítimas de feminicídio em 2024 sendo pardas ou negras. A busca por ajuda e o fortalecimento das denúncias são essenciais para combater a impunidade e proteger as mulheres em situação de vulnerabilidade.

A visão ‘machista’ dos agressores, como descrita pela juíza Tula Mello, revela uma mentalidade enraizada em estereótipos de gênero e desrespeito pelas mulheres. A falta de confiabilidade no Estado e o poder paralelo nas comunidades dificultam ainda mais a busca por ajuda e a denúncia dos casos de violência. Iniciativas como a Casa da Mulher Carioca e os Centros de Atendimento à Mulher são essenciais para oferecer suporte, proteção e orientação às vítimas.

É fundamental conscientizar e mobilizar a sociedade para enfrentar a violência contra a mulher, promovendo uma cultura de respeito, igualdade e justiça. O caminho para combater esses índices alarmantes passa pela educação, pela ampliação dos canais de denúncia e pelo fortalecimento das políticas de proteção às mulheres. Juntos, podemos construir um futuro mais seguro e digno para todas as mulheres.

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