Férias de janeiro causam maior índice de divórcios

Viajar com a família em janeiro te faz refletir sobre a própria vida? Para muitos brasileiros, a resposta é sim. Uma pesquisa identificou o aumento de divórcios após as férias nesse período, que seria o gatilho para o encorajamento ao fim da relação amorosa monogâmica. A informação foi constatada pelo site de relacionamentos extraconjugais Ashley Madison.

 

“Normalmente, registramos um aumento de novas adesões após as festas de fim de ano. As pessoas estão ficando com a família, gastando muito e, às vezes, isso revela algumas rachaduras em seus relacionamentos monogâmicos”, explica o diretor executivo para a América Latina da plataforma, Christoph Kraemer.

 

A pesquisa apontou que 35% dos participantes consideram o término das férias representa o término da necessidade de “fingir felicidade”. Outros 25% apontaram que ficar longe do trabalho ajuda a perceber a infelicidade pessoal que culmina na separação e aumento das inscrições  na plataforma de encontros extraconjugais. Convivência em excesso, problemas mal resolvidos e questões financeiras também pesam.

 

Para a psicóloga Carolina Ribeiro, a explicação pode estar relacionada às expectativas relacionadas ao início do ano. O desejo de mudança pode influenciar nas metas e decisões para uma nova vida. “Janeiro pode ser um mês de tomadas de decisões que foram sendo adiadas há tempos não somente no matrimônio, mas em diversos aspectos da vida. Geralmente é quando tomamos decisões para planejar um ‘novo’, como nova dieta, nova rotina de treinos, roteiros de viagens ou emprego”, pontua.

 

De modo geral, menos goianos estão se divorciando desde o retorno às atividades “normais”. A quantidade de solicitações caiu 8,6% entre 2020 e 2021 e a queda foi ainda mais acentuada comparando até novembro deste ano com o primeiro da pandemia, em 2020. Os dados são do Colégio Notarial do Brasil em Goiás (CNB-GO). O número é o menor registrado desde 2017.

 

“Os números revelam o reflexo das medidas de flexibilização contra a Covid-19. O convívio e a rotina estão voltando ao normal, logo as relações voltam a fluir. A pandemia veio como um momento decisivo para colocar fim no matrimônio dos casais que já estavam em conflito”, explica o presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção Goiás (CNB/GO), Alex Valadares. 

 

Segundo ele, o isolamento social no auge da pandemia e prática de atos de forma online podem explicar recorde de atos no ano passado. Entre janeiro e novembro de 2022 foram 3.986 divórcios, em 2021 houve 4.374 dissoluções de matrimônio e em 2020 chegaram a 4.773.

 

Os dados constam da Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (Censec), base de dados administrada pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF) e que reúne as informações dos 8.354 Cartórios de Notas do país, responsáveis pelos atos de escrituras públicas, procurações, testamentos, atas notariais, autenticações e reconhecimento de firmas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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