Férias escolares exigem cuidados redobrados com intoxicação infantil

Dezembro marca o início de mais um período de férias escolares. Com as crianças em casa, os pais e responsáveis precisam redobrar os cuidados para prevenir casos de intoxicação, seja por medicamentos ou por outras substâncias tóxicas no ambiente doméstico. Dados do Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Goiás da Secretaria da Saúde (Ciatox) revelam que foram registrados 3.983 casos de intoxicação do tipo entre os anos de 2021 e 2023.

O medicamento é o agende de intoxicação mais comum entre crianças e adolescentes, seguido de produtos de uso domiciliar, raticida e substâncias químicas. A maior parte das intoxicações medicamentosas ocorre acidentalmente, principalmente por ingestão. Em 2021 foram 612 ocorrências. O número saltou para 699 em 2022 e em 2023 são 674 casos registrados no sistema. O risco é ainda maior quando se trata de crianças de 1 a 4 anos.

No mesmo período, foram registrados ainda 525 acidentes envolvendo produtos de uso domiciliar, como detergentes, desinfetantes e alvejantes, 198 casos de intoxicação por raticidas e 141 com produtos químicos. Outros itens que podem ser perigosos são agrotóxicos, plantas tóxicas, cosméticos, alimentos e bebidas.

“A chave para evitar intoxicações é garantir que substâncias tóxicas guardadas em casa sejam mantidas sob controle”, orienta médico plantonista do Ciatox, Paulo Adriano de Queiroz Barreto. “Por exemplo, identificar remédios de uso contínuo, até mesmo os usados esporadicamente, não esquecendo de verificar a data de vencimento dos mesmos, assim como produtos de limpeza e outros produtos que podem fazer mal”, acrescenta.

“Após o uso de qualquer produto potencialmente tóxico, deve-se guardá-los em lugares seguros e fora do alcance de crianças e animais domésticos”, conclui. Segundo o profissional, os sintomas de intoxicação podem incluir confusão mental e alterações no comportamento e sono.

Sempre que houver acidente, é necessário buscar assistência médica imediatamente e entrar em contato com Ciatox. Uma equipe multidisciplinar, com médicos, enfermeiros, farmacêuticos e médicos veterinários, entre outros, atua em regime de plantão 24 horas por dia, inclusive em feriados e fins de semana. O contato telefônico pode ser feito pelo número: 0800 646 4350.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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