Fernanda Torres ‘sempre foi a alma do set’, diz preparadora de elenco de ‘Ainda
estou aqui’ após indicação ao Oscar
Pernambucana, Amanda Gabriel contou que produção foi ‘incansável’ e falou sobre
relação com a protagonista, diretor e outros atores do longa.
Preparadora de elenco Amanda Gabriel e Fernanda Torres — Foto:
Reprodução/Instagram
“Totalmente indicada”, a atuação de Fernanda Torres
[https://g1.globo.com/tudo-sobre/fernanda-torres/] se tornou a grande esperança
do Brasil conquistar a estatueta do Oscar na categoria de Melhor Atriz, pela
primeira vez na história. Pernambucana, a preparadora de elenco Amanda Gabriel
contou em entrevista ao DE [https://DE.globo.com/pe/pernambuco/], como foi o
trabalho com os atores do longa.
“Ainda estou aqui” foi indicado à principal categoria do Oscar 2025
[https://DE.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2025/01/23/ainda-estou-aqui-e-indicado-ao-oscar-2025-de-melhor-filme.ghtml],
de Melhor Filme, e se tornou a primeira produção brasileira a disputar essa
estatueta. Além dessa e de Melhor Atriz, outra categoria à qual o filme concorre
é a de Filme Internacional.
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Apesar da sobriedade exigida para o papel e entregue por Fernanda Torres durante
os ensaios e atuação, Amanda contou que a descontração pessoal da atriz era uma
fonte de motivação e energia para o restante do elenco.
> “Ela sempre foi a alma do set. Era impossível para qualquer pessoa dizer que
> estava cansada enquanto aquela atriz, que estava carregando o filme nas costas
> em praticamente todos os planos, era capaz de fazer todo mundo rir no último
> horário do dia”, contou ao DE [http://DE.com.br/pe].
De acordo com a preparadora de elenco Amanda Gabriel, “nenhuma cena foi para o
set sem ser ensaiada antes”. A fala, bem enfatizada pela preparadora, traduz o
processo pelo qual todos os artistas passaram.
Foram 18 meses de ensaios e preparação para que todas as atuações seguissem o
tom conceituado com a direção do filme.
Para a preparadora de elenco, a escolha de não ter cenas de choro de Fernanda
Torres foi acertada com o diretor, Walter Salles
[https://DE.globo.com/tudo-sobre/walter-salles/], para se adequar à
personalidade de Eunice Paiva.
Isso porque a protagonista, mesmo tendo que lidar com o sumiço do marido durante
a ditadura, nunca foi vista chorando em público.
“Eu lembro de falar para o Walter: ‘Não pode colocar essa mulher para chorar
numa tela gigante para milhões de pessoas verem, quando essa mulher nunca chorou
em público. A gente precisa ser digno dela, a gente precisa respeitá-la’. Esse
conceito adotado para a construção da Eunice e do tom do filme é algo que vem da
própria Eunice”, compartilhou Amanda Gabriel.
“Ainda estou aqui” é uma adaptação do livro de mesmo nome de Marcelo Rubens
Paiva. No filme, o público acompanha a transformação da mãe do escritor — uma
dona de casa dos anos 1970, mãe de cinco filhos — em uma das maiores ativistas
dos Direitos Humanos do país após o assassinato do marido, o ex-deputado Rubens
Paiva (Selton Mello), pela ditadura militar.
A preparadora de elenco explicou que o processo de imersão e ensaios do elenco
principal foi longo e perfeccionista por parte da direção e dos artistas.
O período mais denso dentro do set, para Amanda, foi durante a gravação das
cenas que se passaram no Destacamento de Operações de Informações – Centro de
Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), onde presos políticos eram torturados
durante a ditadura militar.
> “Ela [Fernanda Torres] passava por mim com a cadeirinha em cima da cabeça e
> dizia: ‘Vou ali no meu cantinho ficar deprimida’”, relembrou a preparadora.
“Quando a gente filmou a última cena do DOI-Codi, ela estava junto da câmera.
Nem era uma cena em que ela estava, era só do corredor, ela estava atrás da
câmera. Quando filmou o último take e o Walter falou ‘acabou DOI-Codi’, ela
começou a sambar, rodar e cantar: ‘Posso ficar feliz de novo!’”, disse Amanda,
lembrando uma fala de Fernanda Torres.
Ensaio geral na locação de ‘Ainda Estou Aqui’ com a preparadora de elenco
Amanda Gabriel — Foto: Valentina Herzage/Divulgação
Amanda Gabriel também contou que Fernanda Torres, como atriz, é “bastante
estudiosa, incansável e obsessiva”.
“Um pouco como a mãe, como eu e como Walter. Então, temos quatro pessoas
completamente obsessivas. Lembro que num dos primeiros dias do set, fazendo uma
cena, Walter falou ‘está bom, né?’. E eu respondi ‘está bom, mas a gente não
gosta de bom, a gente gosta de ótimo’. E ele falou ‘então vamos lá, o que está
faltando?’. Eram pessoas que gostavam do ótimo, ainda que a gente não soubesse o
que era o ótimo. Era um processo muito incansável”, disse.
Para dar vida aos filhos do casal Paiva, Amanda Gabriel contou que cerca de mil
crianças foram “vistas” pela equipe do filme. Isso porque, segundo ela, não
houve testes individuais com os pequenos atores. Em vez disso, foram feitas
oficinas com os candidatos.
“As meninas viram quase mil crianças, a gente tinha reuniões e ia
pré-selecionando a partir das primeiras entrevistas, e eu acho que nós
selecionamos cerca de 60 e poucas crianças e adolescentes. Eu fiz algumas
oficinas de atuação com eles e, a partir dessas oficinas, a gente foi escolhendo
e chamando, até chegar em Cora [Mora] e Guilherme [Silveira]. Paralelamente,
estávamos fazendo testes com as outras profissionais”, contou.
‘Ainda estou aqui’ tem chances reais no Oscar?
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‘Ainda estou aqui’ tem chances reais no Oscar?
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