Fernanda Torres foi indicada ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Atriz por sua poderosa atuação em “Ainda Estou Aqui”, anunciado nesta quinta-feira, 23 de janeiro. Este filme, dirigido por Walter Salles e produzido originalmente pela Globoplay, também concorre na categoria de Melhor Filme Internacional.
A cerimônia do Oscar 2025 ocorrerá em 2 de março em Los Angeles, com a apresentação de Conan O’Brien. Fernanda Torres disputa o prêmio com Mikey Madison por “Anora”, Demi Moore por “A Substância”, Karla Sofía Gascón por “Emilia Pérez” e Cynthia Erivo por “Wicked”.
Esta indicação marca um retorno significativo do Brasil às categorias de atuação do Oscar, 26 anos após a última indicação de Fernanda Montenegro por “Central do Brasil”, também dirigido por Walter Salles. Naquela ocasião, tanto Montenegro quanto o filme saíram sem a estatueta.
A história de Eunice Paiva
“Ainda Estou Aqui” narra a transformação de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, de uma dona de casa dos anos 1970 em uma das principais ativistas dos Direitos Humanos do Brasil, após o assassinato de seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, pela ditadura militar. O filme já conquistou mais de 3,5 milhões de espectadores nos cinemas brasileiros e recebeu várias premiações internacionais, incluindo o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza.
Fernanda Torres, que recentemente venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz (Drama), enfatiza que a indicação ao Oscar é um reconhecimento importante, mas não é o único fator que define o sucesso do filme. “Eu só não quero que a pessoa ache que, se não vier o prêmio, que o filme perdeu”, disse ela. “Para isso não precisa o prêmio. Isso já está acontecendo. Pessoas que não falam de cinema – porque o Brasil vive um processo de amor e ódio com o próprio cinema – já sabem do filme.”
A atuação de Fernanda Torres em “Ainda Estou Aqui” foi amplamente elogiada desde a primeira exibição em Veneza, recebendo 10 minutos de aplausos. Ela destaca a importância histórica do papel de Eunice Paiva: “Eunice foi um monstro de mulher que o Brasil não conhecia. Eu fico feliz porque eu acho que o filme ajuda a apresentá-la ao país.”