Festival Lanterna Mágica exibe filmes africanos em mostra especial gratuita, no CineX

Colocar no radar as produções audiovisuais animadas de diferentes locais, inclusive fora do Brasil, é um dos objetivos do Lanterna Mágica – Festival Internacional de Animação, que acontecerá a partir da próxima terça-feira ,19, no CineX, cinema localizado no Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON), em Goiânia. A programação do evento é totalmente gratuita e segue até o dia 24 de março, trazendo mostras competitivas e não competitivas, debates, palestras, oficinas e consultorias.

Um dos destaques entre as atividades é a Mostra de Animação Africana, que terá início no sábado, 23 de março, a partir das 14h. A mostra chega a sua quarta edição neste ano, sob curadoria da realizadora do Lanterna Mágica, Camila Nunes, e da roteirista Kalor Pacheco, uma das curadoras do Festival Animage, evento sediado em Pernambuco e que também se consolidou na rota de festivais de animação brasileiros.

Foram selecionados 12 curtas-metragens de diferentes países africanos, como Tunísia, Uganda, Egito, Congo, Nigéria e África do Sul. “Esse é um momento de confluência entre os cineastas africanos e o público brasileiro”, explica Camila. “Estamos atentos a outros festivais internacionais de animação, realizados dentro ou fora do Brasil, por isso a parceria com o Festival Animage de Pernambuco”, completa.

Kalor Pacheco, inclusive, estará presente no Lanterna Mágica, garantindo o estreitamento da conexão entre os festivais do gênero no páis. Além de ser uma das responsáveis pela curadoria da Mostra de Animação Africana, Kalor é  membro do coletivo Nyama Animação Negra no Continente Africano e Diáspora e idealizadora da Mostra Além-Mar de Animação Negra e Indígena.

A Mostra de Animação Africana busca colocar em evidência o trabalho de animadores do Hemisfério Sul, muitas vezes marginalizados em termos de visibilidade global. Segundo Kalor, as técnicas de animação utilizadas mostram diversos aspectos dessa produção, revelando similaridades entre o que é feito na África e o que é feito na América Latina por pessoas racializadas. “Muita experimentação, uso de recursos de oralidade, e a produção independente, dado o status emergente do mercado de animação”.

Prêmio Imprensa

Jornalistas, críticos de cinema e demais profissionais da área de comunicação e imprensa são convidados especiais para participarem da votação das mostras competitivas do festival. O voto pode ser realizado após as exibições, basta se identificar junto à organização durante o evento. O Prêmio Imprensa será realizado pela primeira vez nesta edição, abrindo espaço para uma nova categoria de premiação, além do júri popular.

O festival

Desde 2017 movimentando a cena do audiovisual goiano, o Lanterna Mágica ocupa diferentes espaços culturais da capital conectando produtores de animação e ampliando a visibilidade do gênero. Todos os anos, os filmes inscritos passam por uma curadoria oficial realizada por especialistas da área, integrando a programação de mostras competitivas, não competitivas e especiais. O Lanterna Mágica atualmente é uma realização de Camila Nunes, produtora audiovisual, e da produtora goiana Baloo Filmes.

Filmes da Mostra de Animação Africana

Kendila, de Nadia Rais (Tunísia, 2023, 12′)

The Kings Team, de Harry Dixon (África do Sul, 2023, 2′)

Grey Hulk, de Maram Gomaa (Egito, 2022, 1′)

Ttula, de Mwesigwaa B. Enock (Uganda, 2022, 6′)

All From One Cell, de Marwa Abd Elmoneim (Egito, 2023, 2′)

Hisab, de Ezra Wube (Etiópia, 2011, 8′)

Lightfall, de Hermann Kayode (Senegal 2014, 4′)

Überbot, de Isslem Attar (Tunísia, 2023, 7′)

Jabari, de Francis Y Brown (Gana, 2023, 6′)

Apacha, de Fortune D. Tsete (Congo, 2022, 8′)

Crazy in Quarantine, de Akram Kamya e Kizito S. Saviour (Uganda, 2021, 5′)

Tomati, de Esther K. Gbadamosi (Nigéria, 2021, 4′)

A programação completa pode ser conferida aqui.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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