A cantora Lady Gaga, de 39 anos, chegou ao Rio de Janeiro na madrugada da terça-feira, 29, para se apresentar no próximo sábado, 3, em um show gratuito na Praia de Copacabana. A apresentação será a maior da carreira da artista e marca seu retorno ao Brasil oito anos após cancelar sua participação no Rock in Rio de 2017, por motivos de saúde.
Na ocasião, Gaga alegou estar enfrentando fortes sintomas de fibromialgia, síndrome clínica caracterizada por dores crônicas em todo o corpo. A condição ainda não tem causa exata conhecida, mas pesquisas sugerem que alterações no sistema nervoso central — especialmente no cérebro e na medula espinhal — podem amplificar a percepção da dor. Fatores genéticos, infecções, estresse prolongado e traumas físicos ou emocionais também estão entre os possíveis gatilhos.
Além das dores musculares, a fibromialgia pode causar fadiga intensa, sono não reparador, distúrbios do sono — como síndrome das pernas inquietas e apneia — e dificuldades cognitivas, como lapsos de memória e falta de concentração.
O diagnóstico é clínico, feito com base na avaliação dos sintomas e na exclusão de outras doenças. Entre os critérios adotados estão a persistência da dor por mais de três meses em várias partes do corpo e a presença de sensibilidade em ao menos 11 dos 18 pontos musculares específicos definidos para a condição.
O tratamento inclui o uso de medicamentos como relaxantes musculares, neuromoduladores e antidepressivos, além de terapias complementares. Em entrevista à apresentadora Oprah Winfrey, em 2020, Lady Gaga revelou que, além dos remédios, também realiza Terapia Comportamental Dialética (DBT), abordagem psicoterapêutica voltada ao controle das emoções, usada no tratamento de transtornos como ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático.
A artista relaciona a fibromialgia a traumas do passado e destaca a importância da “aceitação radical” — conceito aprendido durante a DBT — como uma das formas de lidar com a dor e continuar criando. “Tenho problemas de saúde mental, tomo muitos remédios para continuar em pé, sou uma sobrevivente e estou vivendo”, disse na ocasião.