Fiéis que frequentam a Assembleia de Deus Ministério Bola de Fogo, em Anápolis, município localizado na região central de Goiás, denunciaram o pastor por abuso sexual. O caso foi registrado na Polícia Civil de Goiás (PCGO) por duas vítimas, na segunda-feira, 02.
As vítimas informaram que o pastor usava a fé para praticar os crimes, alegando que estava “incorporando um anjo” em campanhas espirituais. Segundo elas, o suspeito dizia que se elas negassem, teriam consequências.
Em nota enviada ao Jornal Diário do Estado (DE), a PCGO informou que “o caso é investigado pelo 1º DP de Anápolis” e que “o procedimento está com diligências sendo realizadas para a escorreita apuração dos fatos e será concluído tão logo findas as investigações”.
As vítimas relataram que frequentavam a igreja há muitos anos e que o pastor as chamaram para uma “campanha espiritual”. As duas relataram ainda que a esposa do suspeito presenciava os atos, que aconteciam em um “quarto de oração” da igreja e em uma casa.
Fotos íntimas
Uma das vítimas frequentava a igreja há oito anos, sendo abusada pela primeira vez no ano passado. De acordo com ela, o pastor teria pedido fotos íntimas dela, ação que fazia parte da campanha, e assim ela o fez. O objetivo seria fazer com que a mulher obtivesse sucesso sentimental e financeiro, para isso, os anjos a ajudaram através dele.
Ela relata que o pastor disse ter incorporado um “anjo” após um culto de libertação e que a vítima seria amaldiçoada se contasse para alguém sobre os acontecimentos. Então, o suspeito teria passado a mão nas partes íntimas dela, colocado a boca nos seios e a beijado.
A mulher conta que na segunda vez que foi abusada pelo pastor ele afirmou ter incorporado o anjo novamente, a tocando de novo. Em uma terceira vez, ela também foi abusada, vez que o pastor tirou a virgindade dela.
Em um quarto episódio, o pastor teria dito que não poderia usar preservativo, e que ela não poderia exigir que ele usasse, uma vez que o “anjo” não aceitava. Então, o suspeito teria dito que pararia a campanha por estar desenvolvendo sentimentos por ela. Entretanto, fora da campanha ele continuou ligando para a vítima e quando ela disse que não queria mais participar, o pastor divulgou as fotos íntimas dela para outros membros da igreja.
“Pomba gira”
A segunda vítima relatou para a polícia que frequentou a igreja por cinco anos. O pastor teria a chamado para fazer uma “campanha espiritual” porque o marido dela estava com um problema: a “pomba gira” estaria no caminho dele, e que era preciso que a campanha acontecesse para que o companheiro voltasse a se interessar sexualmente por ela. A mulher contou também que ele chegou a dizer que um “anjo” estava com ele.
No primeiro dia, o pastor pediu que a mulher falasse o que gostaria que o marido fizesse sexualmente. Já no segundo, ele tocou as partes íntimas dela, colocou a boca nos seios e encostou a mão da vítima nas partes íntimas dele. Diante dos abusos, a mulher tentou o empurrar, mas ele teria dito que ela teria que continuar a campanha, a fazendo prometer que não contaria para ninguém sobre o ocorrido.