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Fiel diz que pastor Davi Passamani exibiu partes íntimas em videochamada

Última atualização 22/12/2023 | 14:03

Líder da Igreja Casa, Davi Passamani está novamente no centro de polêmicas após uma jovem de sua igreja acusá-lo de importunação sexual. O pastor, que já enfrentou outras denúncias no passado, teria mostrado o pênis para a fiel, que lhe pediu aconselhamento. O fato consta no Boletim de Ocorrência registrado na Polícia Civil, em uma delegacia de Goiânia, na última quarta-feira, 20.

De acordo com a vítima, que buscava aconselhamento do pastor após uma crise em seu relacionamento, Passamani aproveitou-se para iniciar uma série de perguntas inapropriadas sobre sua intimidade. A conversa começou no Instagram, pelo Direct, e evoluiu para chamadas de áudio e vídeo no WhatsApp, revelando o teor explícito e inadequado do assédio.

“Do que mais sente falta no seu relacionamento? […] Por que a maioria sempre sente mais falta de sexo, mas isso não é problema pra você, né?”,  disse o pastor em uma das mensagens. Incomodada com o comportamento de Passamani, a jovem chamou o namorado e contou o que acontecia. Os dois resolveram então “dar corda” e seguir o diálogo, para ver até onde Passamani iria.

Em uma das conversas, o pastor pede para a jovem gemer para ele ouvir e questiona a jovem sobre suas preferências íntimas, chegando a solicitar que ela realizasse ações explícitas enquanto ele narrava fantasias eróticas. As conversas em vídeo mostram, além do rosto do pastor, sua genitália, enquanto o namorado da jovem, ciente do ocorrido, filmava a interação.

O site “Fuxico Gospel” publicou íntegra do depoimento da vítima na delegacia de Goiânia:

“Relata que no dia 19/12/2023, às 03h30min, esclarece que estava em sua residência, quando recebeu uma mensagem do pastor DAVI, o qual indagava como a declarante estava; a declarante disse que estava bem e agradeceu as orações que ele fez. DAVI perguntou acerca do seu namorado, informou que havia terminado. Esclarece que o pastor DAVI disse que sentia falta de conversar com alguém e que queria desabafar. A declarante respondeu que podia confiar nela, então o pastor começou a falar sobre sexo e indagar se a declarante se tocava intimamente. DAVI ligou para a declarante e disse a ela que ele iria propor algo e que ela não poderia dizer não, daí ele começou a descrever uma fantasia erótica de tudo que ele faria sexualmente com a declarante. O investigado disse que iria passar a língua em seu corpo por todas as partes, então ele disse que queria vê-la. O investigado ligou de vídeo, momento em que a declarante atendeu e viu o rosto dele, e em seguida ele mostrou o órgão sexual dele. Após alguns minutos, ele desligou e ligou de novo via ligação de áudio e continuou falando sobre a fantasia dele para a declarante; ele terminou de se auto satisfazer e, no final, ele fez a respiração que estava gozando, depois disso ele desligou a ligação e continuou mandando mensagens, porém a declarante não respondeu mais.”

Histórico

Essa não é a primeira vez que Passamani é acusado de assédio sexual. Em meados de março de 2020, a Polícia Civil recebeu denúncia de assédio sexual de uma veterinária que frequentava a mesma igreja e passou a acusá-lo do crime em uma rede social. O religioso alegou ser inocente e chegou a ser afastado pela igreja das suas funções ministeriais para tratamento médico especializado.

Na mesma época, outra veterinária relatou assédio que teria ocorrido dois anos antes e só resolveu denunciá-lo ao saber que o fato teria ocorrido também com outra mulher. Durante uma conversa, o pastor perguntou sobre a vida sexual dela, disse que queria sentir seu beijo e que teve um sonho com ela, o qual a vítima classificou como “horrível e nojento”. A delegada Paula Meotti informou que outra mulher também denunciou o pastor por assédio sexual.

No entanto, a Justiça arquivou o processo. A decisão foi assinada pelo juiz Luiz Henrique Lins Galvão de Lima da 7ª Vara dos Crimes Punidos com Reclusão de Goiânia. O magistrado acolheu o parecer do Ministério Público (MP) pelo arquivamento do processo por “ausência de justa causa”. O processo correu em segredo de justiça.

O Diário do Estado entrou em contato com o pastor mas não obteve o posicionamento dele até a última atualização desta reportagem.

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