Fiesp alerta para detalhes do pacote de corte de gastos do governo

O diabo mora nos detalhes”, diz Fiesp sobre pacote de corte de gastos

Investidores se decepcionaram com o pacote de ajuste fiscal do governo e com o
anúncio da isenção do Imposto de Renda (IR) para rendas de até R$ 5 mil. Depois do anúncio, o dólar comercial bateu a máxima histórica acima de R$ 6, e o Ibovespa vem firmando queda de mais de 1% na tarde desta quinta-feira (28/11). Agora, os olhares se voltam para o teor do texto final e a tramitação das medidas no Congresso.

Na avaliação de Igor Rocha, economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o mercado já estava alinhado com a maioria das medidas anunciadas, mas a decisão sobre o IR acabou abafando temas interessantes. Segundo ele, do ponto de vista moral, as pensões e o combate ao supersalários estão alinhados com o que a sociedade espera e será difícil achar quem seja contra. No entanto, avalia, os detalhes ainda não são conhecidos e este é o maior risco.

Para ele, o que acabou gerando mais ruído e uma reação aguda do mercado foi a mistura do anúncio da isenção do IR com as medidas mais técnicas de corte de gastos.

“Não estamos discutindo o mérito sob a progressividade do IR, e é algo que a sociedade precisa discutir, o governo atual quer discutir. Mas, no momento, já há uma certa complexidade com a questão fiscal. E agora o mercado faz as contas para saber o impacto em 2025 e em 2026”, avalia.

MEDIDAS INSUFICIENTES
Para Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, as ações anunciadas por Haddad são positivas, em geral, colaborando para o ajuste das contas, entretanto, “são insuficientes para produzir um resultado primário adequado à meta estabelecida em lei”. Segundo ele, a mudança no IR preocupa, porque poderá representar perda de receita, a depender de como for desenhada a compensação citada.

“Apesar da estimativa contida no pronunciamento indicar um efeito de R$ 70 bilhões, esse montante, incerto, se viabilizado, seria insuficiente para as necessidades do ajuste fiscal e do alcance das condições de sustentabilidade da dívida/PIB”, avalia Salto.

Para ele, o pacote fiscal produzirá economia de 62,7% do estimado pelo governo. Ele acredita que os efeitos fiscais são menores do que os esforços requeridos para se cumprir a meta fiscal do ano que vem.

“Nossa avaliação é que o efeito fiscal será de R$ 19,2 bilhões em 2025 e de R$ 25,9 bilhões em 2026, totalizando R$ 45,1 bilhões. Esse montante é inferior ao esperado pelo governo, mas é relevante e está na direção correta.”

Já para Paula Zogbi, gerente de Research e head de conteúdo da Nomad, agora, além de calcular impactos, será importante acompanhar se de fato haverá um comprometimento do governo com as medidas anunciadas.

“Uma atuação firme nesse sentido será essencial, já que as medidas ainda precisam ser aprovadas no Congresso, o que, além de poder significar que parte das discussões devem ficar apenas para o ano que vem, pode levar a uma desidratação, que significaria novas pressões sobre o dólar e sobre o mercado brasileiro” avalia.

BOLSA
O Ibovespa vem sentindo os impactos do anúncio. Por volta das 14h33, recuava 1,17% a 126.171 pontos. O volume financeiro projetado para o índice na sessão é de R$ 20 bilhões, um pouco acima do registrado na sessão anterior.

A deterioração dos ativos domésticos é ampliada devido ao detalhamento do pacote de medidas fiscais. Nos cálculos do governo, os ajustes terão impacto de R$ 71,9 bilhões em 2025 e 2026.

Já nos EUA, é feriado de Ação de Graças nos EUA e os mercados permanecem fechados. Na Europa, as bolsas fecharam em alta animadas com a queda da inflação alemã.

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Djorden Santos estreia no UFC 313 contra americano Ozzy Diaz em Las Vegas

Atleta do DF, Djorden Santos estreia no UFC contra americano Ozzy Diaz

Djorden Santos, o Shakur, vai encarar o americano Ozzy Diaz no UFC 313, em Las Vegas, nos Estados Unidos

Djorden Santos, lutador do DF, tem data marcada para sua estreia no Ultimate Fighting Championship (UFC). O “Shakur” estará no evento 313 da organização e vai encarar o americano Ozzy Diaz. O duelo, que acontece no dia 8 de março, na T-Mobile Arena, em Las Vegas, será realizado na categoria peso-médio (até 84kg).

Djorden Santos conquistou contrato com o UFC ao vencer o inglês Will Currie, por decisão unânime dos árbitros, no reality Dana White’s Contender Series. Em entrevista ao Metrópoles, Djorden falou sobre as expectativas para a luta contra Ozzy Diaz.

“Não esperava estrear em um card numerado em Las Vegas, em uma arena onde aconteceram grandes lutas como Khabib x McGregor, Amanda Nunes x Miesha Tate, Daniel Cormier x Stipe Miocic. Então é uma arena carregada de energia da luta”, disse Djorden.

Natural de Belo Horizonte, Djorden foi criado na cidade de Trindade, no interior de Goiás. Depois, sua família retornou para a capital mineira quando o lutador tinha 13 anos. Aos 19, desembarcou em Brasília em busca do sonho de se destacar nas Artes Marciais Mistas (MMA). Agora no UFC, o lutador quer representar sua história nos octógonos mundo afora.

“É muito gratificante estar estreando ali (na T-Mobile Arena, em Las Vegas), representando Brasília, representando Belo Horizonte, representando Trindade, representando o Brasil. Representando a minha família, os meus amigos, a minha equipe. A expectativa é chegar lá, fazer uma boa luta e buscar esse nocaute, buscar um bônus e mostrar meu cartão de visitas aí pro mundo”, contou o lutador.

PÉS NO CHÃO

Adversário de Djorden, Ozzy Diaz é ex-campeão do LFA e fez sua estreia no UFC em novembro de 2024, quando foi derrotado pelo chinês Mingyang Zhang no UFC Fight Night 248, disputado em Macau, na China. Mesmo com o revés do adversário, o brasileiro prega respeito pelo americano, que costuma lutar na categoria meio-pesado (até 92,9 kg).

“É um cara que não deve ser menosprezado, já lutou nesta categoria e está descendo (de categoria) agora, então é um cara que provavelmente deve ir forte. Eu me mantenho focado. Com todo o respeito que a gente tem ao nosso oponente, que é um parceiro de trabalho, vou mostrar o nosso cartão de visita, mostrar que o Brasil é o país da luta e é o celeiro do MMA mundial”, afirma.

Por fim, Shakur deixa um recado para o público brasileiro que acompanha MMA e torce pelo início de sua caminhada no UFC.

“Vou mostrar que o Brasil é a terra da luta, que Brasília tá com tudo. Torçam, acompanhem, vocês são extremamente importantes. É tudo pelo povo, tudo pelo público”.

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