A Federação Internacional de Futebol (Fifa) garantiu nesta segunda-feira (05), que continua “em contato regular com o Comitê Organizador Local Catar 2022 e com o Comitê Supremo de Entrega e Legado sobre assuntos relacionados com a Copa do Mundo”, após a decisão de um grupo de países árabes de romper relações diplomáticas com o Catar. A informação é da EFE.
A entidade máxima do futebol mundial não fez mais comentários sobre a questão neste momento, horas depois da iniciativa anunciada por seis países de isolar o Catar, um emirado absolutista e hereditário comandado pela Casa de Thani: Arábia Saudita, Egito, Bahrein, Emirados Árabes Unidos (EAU), Líbia e Iêmen.
Esses países acusam o Catar de oferecer apoio a organizações terroristas como a Irmandade Muçulmana, o Estado Islâmico e a Al Qaeda, bem como de descumprir com compromissos e acordos internacionais.
As nações árabes citadas também afirmam que as ações do emirado “prejudicam a estabilidade” na região e o acusam de não cumprir com os acordos firmados entre os integrantes do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que é composto por Omã, Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Bahrein e EAU.
O Catar, por sua vez, afirmou que é “um membro ativo” do CCG e que está “comprometido com os seus acordos, que respeita a soberania de outros países e não intervém em assuntos internos”.
Copa de 2022
Há seis anos o Catar ganhou o direito de organizar a Copa do Mundo de 2022, depois que o Comitê Executivo da Fifa escolheu o seu projeto, que concorreu com os de Austrália, Estados Unidos e Coreia do Sul.
A vitória do Catar, que ocorreu na mesma reunião em que o Comitê Executivo da Fifa escolheu a Rússia como sede da Copa de 2018, esteve cercada de controvérsias desde o início e chegou ao ponto em que a própria Fifa apresentou uma denúncia na Justiça da Suíça por possíveis irregularidades naquela votação.
A denúncia está na origem dos casos de corrupção que começaram a vir à tona em 2015, devido às investigações iniciadas nos Estados Unidos, e que colocarão no banco dos réus muitos ex-dirigentes e colaboradores da Fifa, acusados de pagamento e recebimento de propina, entre outros delitos.
O Comitê Organizador Local da Copa Catar 2022 também foi questionado por outros motivos, como as condições de trabalho dos operários imigrantes na construção dos estádios, denunciadas pela ONG Anistia Internacional.
Após isso, o governo do Catar anunciou mudanças na legislação para oferecer conforto aos trabalhadores e a Fifa se mostrou satisfeita recentemente pelas conversas mantidas entre as companhias e o sindicato internacional de trabalhadores de construção sobre as condições em que trabalham os contratados para a edificação dos recintos esportivos.
Fonte: Agência Brasil