Fila de cirurgias pode ser zerada com mutirões de SUS e parceiros

cirurgias

Uma megaoperação nacional deve zerar a fila de aproximadamente 3 milhões de pessoas à espera de cirurgias eletivas no País. A medida atende promessa de campanha do presidente Lula e deve ser seguida de um mutirão para realização de exames diagnósticos no País. A estratégia é deslocar servidores para as áreas com menos profissionais, como o norte brasileiro, e fazer parceria com a iniciativa privada e filantrópicas para uso de hospitais com infraestrutura adequada e até com a Aeronáutica para atendimento na região do rio Amazonas.

 

O trabalho exigiria intervenções em horário comercial durante dias úteis, mas também aos finais de semana e à noite. Universidades públicas também seriam convidados a participar do projeto. O plano de ação depende da definição do número de pessoas aguardando o procedimento – demora chega a mais de um ano. Atualmente, municípios, estados e os próprios hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) têm cadastros diferentes e em alguns deles não há registro do CPF do paciente. Em Roraima, não são realizadas cirurgias eletivas.

 

Goiás ainda não enviou o chamado plano de redução com impacto da força-tarefa no tamanho da fila nem quais cirurgias seriam prioridade ou ainda municípios contemplados e prestadores envolvidos, de acordo com a FolhaPress. Somente após o envio das informações o governo federal a primeira das três parcelas de R$ 200 milhões referente á aprovação do diagnóstico. Os estados dividirão o valor.

 

“Uma pessoa com problema de vesícula precisa esperar ter complicação, há situações que não são admissíveis. Adianta colocar dinheiro em Roraima? O gestor vai melhorar um pouco o fluxo, mas não resolve. Lá, por exemplo, queremos pegar um dos hospitais do estado e transformá-lo para operar também de forma eletiva. A gente quer que a Ebserh [Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares] assuma esse hospital”, afirmou o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior, em entrevista à Folha.

 

Segundo ele, uma gestor será enviado a cada estado para entender a dinâmica.  A ideia é que os pacientes sejam preparados e as cirurgias marcadas para o posterior envio das equipes designadas pelo governo federal. A demanda pelas complexas cirurgias cardíacas em crianças recém-nascidas é considerada uma das maiores preocupações. Nesse caso, o problema não se limita à falta de profissionais, mas também de unidades de saúde com condições de realizar as operações. A proposta é encaminhar esse público para regiões com locais adequados. 

 

Representantes de entidades classistas elogiaram a medida, mas frisaram a necessidade de estudo e planejamento para emprego dos recursos públicos para resolver o represamento. “Não basta levar médico para determinadas regiões para realizar cirurgias caso não tenha estrutura necessária”, explica o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Cesar Fernandes. 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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