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Filas por cirurgias eletivas aumentam e SES-GO realiza força-tarefa para atender a demanda

Última atualização 15/08/2022 | 17:45

Com pacientes esperando há 7 anos por cirurgias eletivas, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) realiza uma força-tarefa, que promete zerar a quantidade de pessoas nestas condições. Segundo a pasta, a maior demanda é pelas especialidades de ortopedia, oftalmologia, cirurgia geral e urologia. Nesta segunda-feira, 15, havia exatamente 17.084 aguardando a vez. A ação garante a realização de exames com liberação de resultado no mesmo dia, além do agendamento de cirurgia para os 30 ou 40 dias seguintes.

A quantidade de pessoas à espera por um procedimento cirúrgico aumentou muito com a pandemia. Uma determinação do Ministério da Saúde obrigou as unidades hospitalares a remanejarem os leitos para tratamento de covid-19, o que restringiu ou impediu a realização das intervenções consideradas não urgentes.

“Ficamos dois anos com as filas paradas. Agora, temos a demanda reprimida somada ao quadro de pacientes com agudização das enfermidades porque não procuraram os hospitais nesse período. É o caso de pessoas com problemas cardíacos. O atendimento que seria de atenção primária passou a exigir intervenção cirúrgica, a exemplo de cateterismo”, afirma o superintendente do Complexo Regulador em Saúde da SES-GO, Lucas Adorno.

Durante a força-tarefa, os pedidos de cirurgia são analisados. Os pacientes são reavaliados e, conforme o atual estado de saúde, a equipe o submete a novos exames que ajudam o médico durante o procedimento. Além de obsoletos, alguns procedimentos são necessários porque muitas pessoas começaram a apresentar outros problemas de saúde ou mesmo sequelas de covid-19 desde 2020. Segundo Lucas, o paciente passa pelo pré-operatório e o risco cirúrgico no mesmo dia e consegue agendar a cirurgia já para o mês seguinte. Antes de a prestação ser na rede própria da SES-GO, havia pacientes há 7 anos na fila.

Ele explica que sempre há muitos pacientes com indicação cirúrgica aguardando serem acionados pela pasta e também muitos sendo contemplados pelo serviço em saúde. Por isso, o tamanho da fila seria sempre mutável. Adorno pontua que já foram 19.914 cirurgias realizadas entre agosto no ano passado e julho deste ano, mesmo com a sazonalidade de períodos mais críticos de pandemia exigindo mais atenção da rede estadual. Nesta segunda-feira, 15, havia exatamente 17.084 aguardando a vez.

Por que longas filas?

O superintendente esclarece que a demanda sempre em alta não está relacionada à falta de especialistas ou de infraestrutura hospitalar. “Temos muitos profissionais, mas mais pessoas apresentam alguns grupos de patologias. Fraturas e lesões, por exemplo, são comuns em decorrência de acidentes e da idade. Diante da demanda, nós criamos a oferta. Lembrando que temos questões a considerar, como disponibilidade de recursos humanos e rotatividade da sala cirúrgica, que podem alterar levemente o prazo para o agendamento da cirurgia”, frisa.

As ações não são um mutirão, mas uma força-tarefa periódica que ocorre em alguns dias pré-programados em diversos hospitais de todo o estado. Em geral, são dois ou três dias de trabalho intenso de todas as equipes pertinentes, inclusive o laboratório da unidade, sendo duas por mês, em média. A região centro-oeste de Goiás é a que mais tem demanda por cirurgias. A próxima qualificação de pacientes em São Luís de Montes Belos, entre 18 e 19 de agosto, será no hospital que leva o nome da cidade.