Na última sexta-feira, 24, a Justiça de Mato Grosso autorizou a soltura de Lumar Costa da Silva, de 34 anos, suspeito de matar a tia e levar o coração dela para uma prima. A soltura gerou revolta nas redes sociais devido a gravidade do caso e, agora, a filha da vítima relatou estar com medo do assassino em liberdade.
O pronunciamento ocorreu nesta segunda-feira, 24, após a notícia da liberdade ganha os noticiários. À Rádio Capital FM, Patrícia Cosmo descreveu a angústia que vem sentindo nos últimos dias. “É medo, né? Infelizmente, a gente fica com medo. A gente tem temor. Eu não sei nem como eu vou fazer para fugir disso. Ainda tô processando.”
Patrícia relatou que ela e os filhos não conseguem dormir devido a pressão psicológica que vem passando. “Vai ser agora um momento de terror, de pressão psicológica. Acabou a nossa paz”, disse.
Relembre o crime
O crime ocorreu julho de 2019, após Lumar Costa se mudar de São Paulo para o Mato Grosso. O rapaz havia tentando matar a própria mãe e acabou sendo acolhido pela tia, Maria Zélia da Silva, de 55 anos, que era evangélica e morava em Sorriso.
Segundo familiares, no dia que chegou na cidade, Lumar entregou currículos e era bastante inteligente, chegando a falar duas línguas. Ele era usuários de drogas e começou a usar entorpecentes na casa da vítima, momento em que ela o expulsou de casa e encontrou um quarto para o sobrinho pudesse morar.
A distância não impediu de que o sobrinho fosse até a casa da vítima e matasse. No dia do crime, o suspeito foi até a casa da prima e entregou o coração da mãe dela em uma sacola, além de ameaça-la e roubar o carro para que pudesse fugir. O suspeito foi preso horas depois, enquanto andava a pé pelas ruas de Sorriso.
No dia 10 de julho, Lumar prestou depoimento a Polícia Civil e contou que ouviu “vozes” o orientando a cometer o crime. “Matei e não me arrependo. Eu ouço o universo, o universo fala comigo sempre e me disse: mata ela logo, ela tem que morrer”, declarou, à época, para a imprensa.
Oito dias ele foi transferido para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira, em Sinop, e chegou a ser flagrado tentando enforcar outro detento durante a transferência. Lumar passou por exames psiquiátricos, que detectou a presença de características de Transtorno Afetivo Bipolar e que ele não poderia conviver em sociedade.
Desde então, o acusado estava detido no Centro Integrado de Atenção Psicossocial à Saúde Adauto Botelho (CIAPS), em Cuiabá, até ser solto com base em novos laudos médicos que atestam “estabilidade clínica”. Ele continuará o tratamento no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), em Campinas, em São Paulo.