Filha de pastor apontado como lobista trabalha em gabinete do deputado federal João Campos

Com trânsito livre nos corredores do Congresso Nacional, nos ministérios e no Palácio do Planalto, o pastor Gilmar Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil e pastor da Igreja Assembleia de Deus Cristo para Todos, no Jardim América, em Goiânia, circula na cúpula do poder em Goiás e em outros Estados da Federação.

Quézia Ribeiro dos Santos Costa, filha do pastor, é lotada em Brasília, no gabinete do deputado federal e também pastor e delegado João Campos (Republicanos).

Ela trabalha como secretária parlamentar desde junho do ano passado no gabinete e foi contratada com salário de pouco mais de R$ 2,5 mil por mérito, segundo o próprio deputado João Campos ao G1. O DE não conseguiu contato com Quézia.

Os pastores Gilmar e Arilton Moura, que é assessor político da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, fariam parte de um gabinete paralelo no Ministério da Educação, intermediando a liberação de verbas da pasta para municípios goianos.

Desde que o suposto tráfico de influência foi revelado pela imprensa, novas denúncias são realizadas contra os religiosos. Entre elas, a de pedido de propina entre R$ 15 mil e R$ 40 mil para intermediar a liberação de recursos federais para a área da Educação nos municípios. Houve também pedido compra de Bíblias e de um quilo de ouro como “oferta” para a construção de igreja.

O pastor Gilmar, por meio de nota em suas redes sociais, nega que tenha pedido propina. A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia autorizou na quinta-feira (24), a abertura de inquérito para investigar o ministro da Educação, Milton Ribeiro.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao STF a abertura da investigação, após a publicação de matérias na imprensa sobre suposto favorecimento na liberação de recursos para prefeituras de municípios por meio da intermediação de dois pastores. Ambos também são alvo do inquérito. Na decisão, a ministra também autorizou a oitiva dos citados e de cinco prefeitos.

 

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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