O deputado federal Eduardo Bolsonaro afirma que o ex-ministro da Justiça no governo do pai dele, Anderson Torres, tentou se matar na prisão. O parlamentar defende a liberdade do até então braço direito de Jair. Nos bastidores, o receio é de uma delação premiada que possa comprometer o ex-presidente da República.
“Não há qualquer motivo para a prisão. Anderson Torres já tem um quadro depressivo. Falam que já emagreceu mais de 12 quilos. Alguns chegam a suscitar que ele tenha procurado se suicidar. Por que uma pessoa que retornou ao Brasil está presa? A prisão preventiva se enquadra apenas quando existe risco de fuga, que não foi o caso”, afirma Eduardo.
Ele argumenta que Torres não está atrapalhando as investigações nem pondo sob risco a ordem econômica ou a ordem pública. Sem esses pré-requisitos, a prisão preventiva não faz sentido, na perspectiva do deputado. Na semana passada, o advogado do ex-ministro abandonou o caso e outro profissional assumiu a condução dos processos.
Nesta terça-feira, 18, servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.(Ibama) e o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) apreenderam 55 pássaros na casa de Anderson. Um investigação apontou fraude no Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (Sispass) e mutilar de um dos animais. Em fevereiro deste ano, uma inspeção no local já indicava irregularidades.
Anderson Torres foi preso após desembarcar no Brasil. Ele estava em viagem de férias com a família nos Estados Unidos quando teve o pedido de prisão decretado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) porque policiais federais encontraram na residência dele o rascunho de documento que pedia um golpe de Estado.
O ex-ministro da Justiça havia assumido a gestão da Segurança Pública do Governo do Distrito Federal (GDF) em 02 de janeiro e viajou ao exterior. Menos de uma semana depois, em 08 de janeiro, bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. A demora do GDF em agir durante os atos antidemocáticos resultou na intervenção federal na segurança pública e na exoneração de Torres do cargo. O entendimento do ministro Alexandre de Moraes é que ele e o governador do DF, Ibaneis Rocha, sabiam da ação dos golpistas e foram coniventes.